Dali a uns dez minutos, toca a campainha:
- Ela quis subir...
Entra minha filha com uma carinha ressabiada.
- Que foi, amor?
- Nada...
Foi trocar de roupa enquanto a menor comia uma perinha e volta em seguida, olhos arregalados.
- Mãe, é que... Eu lembrei que subi porque queria te perguntar uma coisa... É que a H. e a J. falaram que a Terra vai afundar, é verdade?
- Não, amor, não é...
E lhe dei um abraço para afugentar essa preocupação de sua cabecinha.
E lhe dei um abraço para afugentar essa preocupação de sua cabecinha.
Lembrei de quando era pequena e minha prima me assustava dizendo que ia arrancar minhas amídalas com o facão da cozinha; tinha medo do mundo acabar e me afligia a sensação do nada que seguiria o fim do mundo; e o pior de todos - pensava em pessoas mortas, em seus caixões, sozinhas no cemitério... Pensamentos funestos para uma criança pequena, sempre tão preocupada com tudo...
Mas felizmente minha filha é bem diferente de mim; bastaram minha negativa e um afago para que ela esquecesse o assunto...
Um comentário:
Engraçado, eu tb pensava nessas coisas... deve ser coisa de filha única...
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