quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Transmimento de pensação


Comigo e meu marido é muito engraçado. No começo do namoro era normal eu acordar de repente milésimos de segundo antes dele telefonar ou tocar a campainha. Hoje é comum nos ligarmos ao mesmo tempo ou falarmos a mesma frase juntos. Mas a história que vou contar me impressiona até hoje...
Devia ter uns 16 anos, aquela fase em que adoramos música. Na minha adolescência costumava comprar "LPs", vinil mesmo, e ir pra casa de amigas gravar coletâneas em fita cassete. Tá, acabei de entregar minha idade. Bem, continuando, quando gostávamos de alguma em especial , tínhamos que ir às lojas de discos procurar, não tinha internet não, essa molezinha... Estava eu já há um bom tempo procurando uma música do MPB4, Amigo É Para Essas Coisas,um tanto melancólica e já antiguinha na época, e sem sucesso.
Nesse ponto entra em cena um amigo meu. Na verdade, amigo de amigo que vira amigo. Menino gente boa, sorriso e fala fácil, carente de tudo, sempre um gesto carinhoso. Nunca soube direito seu endereço ou telefone, mas de vez em quando ele aparecia. Numa dessas visitas que duravam horas, em que ele desfiava algumas de suas histórias entre tantas risadas que metade não dava pra entender, comentei:
- Puxa, tem um tempão que estou procurando uma música e não acho...
Nesse exato momento ele dá uma tamborilada na mesa e canta:
-"Salve, como é que vai, amigo há quanto tempo..."
Até hoje fico com a boca aberta quando lembro. Não era música da moda e nem tão conhecida assim entre a garotada, tipo música que pai e mãe gostam. Acho que esse foi o caso mais contundente de transmimento de pensação que vivi...

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