quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Incompleto

Esse ano foi misturado, complicado, trabalhoso. Fico meio triste de ter deixado minhas "escrivinhações" um tantinho de lado, mas não teve outro jeito. Penso que esse pode ser um projeto de ano novo, retomar o repartir de ideias e fatos com minhas três leitoras assíduas!
Mas vou fazer diferente, desta vez, nada de projetos a longo prazo. Vou pensar no hoje Viver o dia, saborear o agora, rir das bobagens que liberam endorfinas. Sorriso de bebê, nesta categoria, é hours-concours, e eu tenho a sorte de ter uma coisinha pequena aprontando 24 horas.

domingo, 11 de outubro de 2009

Fácil, extremamante fácil


Fiz o almoço hoje. Espaguete bem fininho com muito molho de tomate, grandes rodelas de cebola e ovos cozidos, tudo sob uma generosa camada de mussarela derretida. Ficou boooom... Simples de doer, mas as crianças adoraram. Ah, os adultos também... Difícil qualquer prato com queijo não ficar bom, não é?

Cazuza


Estou com a estranha sensação de que não consigo mais administrar minha vida. Parece que tudo fugiu ao meu controle. E esse é meu ponto fraco, calcanhar de Aquiles, whatever.

Alguns pequeninos problemas me tiram do sério, paciência é artigo raro entre minhas virtudes. Acho que finalmente estou deixando de ser filha para ser mãe. De duas. Ou três, incluindo o pai delas. Mas ainda me recuso terminantemente a inserir minha mãe nessa lista.

De vez em quando gosto de escapar. Uma voltinha no comércio perto de casa já me relaxa. Essa é a vantagem de se morar perto da muvuca, mas felizmente em uma rua tranquila, residencial. Você tem um pouco da paz e a confusão está lá, pertinho, ao alcance da mão. Passeio, olho as vitrines, compro uma coisinha ou outra, tomo um cafezinho e esvazio a cabeça.

Num desses momentos entrei na Eldorado, tinha que comprar dois presentes para meninas. Escolhi os livros que encantaram minha infância, como sempre. De repente meus olhos se fixaram em um exemplar de Cazuza, Viriato Corrêa. Nossa, que grata surpresa! Me vi com oito ou nove anos, fantasiando naquelas histórias de menino do interior do Maranhão, início do século vinte, talvez. Causos e coisas simples. Presente da minha avó...

Infelizmente, meu exemplar original se perdeu, e junto com ele a dedicatória carinhosa. Mas aquele comprei, reli, e guardo para ler com minhas filhas no tempo certo.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Trás lado


Trancrevo a seguir parte de texto produzido por um engenheiro agrônomo; juro que eu li, o papel esteve na minha mão:

"A lixeira fica perto da cozinha, o que facilita o trás lado de baratas..."

Ai, que dor no meu coração marista...

Death, taxes and Murphy


Nada mais certo que death ad taxes. Pior que isso só a lei de Murphy, definitivamente imbatível.

Voltei a andar de ônibus, uso a tal linha Leblon-Maracanã, o famoso 464. O danado é daqueles que aparecem, com sorte, a cada 20 minutos. E com muita, muita sorte mesmo, ele até para no ponto. Fico assim, esperando e contando as linhas que passam por ali. Já cheguei a enumerar oito 434 antes que o meu se materializasse.

Pois vem, hoje eu mudei o itinerário, iria experimentar o 434. Adivinha quem apareceu assim que eu me postei calmamente no ponto? O 464! Nos minutos seguintes desfilaram por ali dois 238, três 410, dois 409, um 362 e um 497. O último da lista, obviamente, foi o meu eleito. Tudo bem, já estava atrasada mesmo, resolvi relaxar.

Desci onde tinha que descer, fiz o que tinha que fazer e segui para o trabalho. Começava a subir a ladeira que leva ao hospital e lá vinha um 464 descendo. Pensei que já podia estar lá em cima se tivesse vindo nele... Mal completei o pensamento e... Mais um! Que coisa! E como tudo que vem em dois vem em três, voilà! O terceiro cruzou meu caminho enquanto eu chegava ao alto.

Murphy hoje resolveu implicar comigo.

sábado, 3 de outubro de 2009

Tão fácil


Eu tenho alguma ligação com a história do Antigo Egito. Hoje estive em uma exposição bem fraquinha sobre o tema no Shopping Iguatemi. Comecei a olhar para aquelas réplicas de sarcófagos, múmias, pequenos jarros para óleo e fiquei zonza. As imagens daqueles deuses com cabeça de pássaro ou de cão me remeteram a um respeitoso medo quase infantil, enquanto minha filha passeava tranquilamente por entre as fileiras de objetos. Se encantou particularmente por uma múmia bebê.
- Tadinho...
Engraçado como a morte soa como algo natural aos seus ouvidos. Bem, natural é, afinal esse caminho não se pode evitar. Mas ela não tem medo. Apenas aceita.
- Mãe, quando eu tiver a sua idade você vai ter a da vovó?
- Vou.
- E ela já vai ter morrido?
- Pode ser...
Fica pensativa por dois segundos:
- Vou sentir saudade dela! E depois, você vai morrer também?
- É, né...
- Vou sentir sua falta também!
- Acho melhor a gente chamegar bastante antes desse tempo chegar!
- Tá bom, mãe!
Me dá um abraço gostoso e sai cantarolando...

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Imaginação?

- Filha, quando você for rezar, pede pro L. ficar bom logo. Papai do Céu escuta muito as crianças.

- Eu sei, mãe. Quando eu estava no céu, antes de ir pra sua barriga, os pedidos pra Papai do Céu chegavam em cartinhas invisíveis.

Amazing...

terça-feira, 28 de julho de 2009

Gravidade

Mãe é um bicho tendencioso. A gente sempre acha que nossos filhos são o máximo. E são mesmo ! (Eu não fujo à regra...) Prestem atenção ao diálogo que se segue:

- Mãe, porque a água cai assim tão rápido no copo quando a gente vira a garrafa?

A menina de 5 anos faz a pergunta enquanto executa a ação mencionada.

- É a lei da gravidade...

Falei e me arrependi na hora. Eu e minha mania de simplificar tudo. Já estava me preparando para falar da tal maçã que caiu da árvore enquanto ela, fisionomia pensativa, chegava às suas próprias conclusões:

- Quer dizer que se não fosse a gravidade a gente ia ficar flutuando?

Confesso que fiquei sem resposta. De fato as crianças de hoje recebem uma gama de informações e numa velocidade que superam e muito a minha geração, mas me impressionou o fato de que ela não apenas reproduziu uma mensagem memorizada, mas extrapolou o parco conteúdo da minha resposta evasiva com uma conclusão bem madura para sua pouca idade.

Nota dez para ela, zero para mim.

domingo, 26 de julho de 2009

Ressaca de carne

Amigos vieram hoje almoçar. Picanha no forno, batata frita, arroz quentinho, belisquetes. Cerveja, refri, criançada brincando. Tarde pra lá de legal, casa meio que arrumada, mas o cheiro da carne não me abandona, parece que está por todo canto. Acho que da próxima vez vou querer uma massinha...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Hey, girls!

Pra não dizer que não falei em coincidências: parece que duas das minhas três leitoras assíduas (rs...) que também são blogueiras estão tão assoberbadas quanto eu, e certamente um tantinho e tristemente sumidas, aparecendo de vez em quando.

Meninas, precisamos retomar força total!!! Estou com saudades!!!

Nebulização

- Filha, vai lá no quarto ver se a sua irmã já acabou a nebulização!

Ela vai e volta rapidinho:

- Não acabou não, mãe!

Pequena pausa:

- E olha que eu nem sei o que é nebulização!

Hiato

Reencontros são tudo de bom. Ainda mais quando acontecem na hora em que achávamos que não seriam possíveis.

Falo daquele reencontro após um afastamento de vidas, pensamentos, falhas de comunicação, interpretações erradas, ruído na mensagem.

Tipo de coisa que deixa um hiato na alma da gente. Parece que fechamos o olho e ao abrir se passou um dia, um ano, tantas coisas pequenas... Mas um sorriso de peito aberto, um abraço de uma alma para a outra fazem esses trezentos, quatrocentos ou sei lá quantos dias sumirem como pó.

Que bom que passou. Feridas cicatrizadas, bobagens esquecidas, falhas perdoadas e tenho de volta uma parte de mim que esteve ausente. Bom para aprender que de tudo isso o que importa mesmo é a amizade.

E amigo é que nem sutiã: perto do coração e sempre ali para apoiar!

sábado, 11 de julho de 2009

Infância distante


- Filha, qual vai ser a música da festa junina da escola?

- Não lembro...

- Ué, e a do ano passado?

- Ah, essa eu sei!

- Como você esquece a que está ensaiando todos os dias e lembra da antiga?

- É que eu lembro das coisas da minha infância!

A máquina


Há umas três semanas fui a uma festa anos 70. Em um post anterior contei sobre a saga de achar fantasias.Enfim, foi muito legal, me diverti bastante. Mas hoje vou contar o que se passou a seguir.

Levei a máquina fotográfica, há muito esquecida. As fotos ficaram bem legais, as caracterizações estavam ótimas, e consegui lindas poses das crianças.

No dia seguinte pela manhã meu marido perguntou pela câmera.

- Está na parte de trás do carrinho da K., na bolsinha.

- Não está não, já olhei!

E de fato não estava... Depois de procurar por todo o carrinho, em casa e na mala do carro concluímos que ela devia ter caído da bolsinha na véspera. Puxa, as fotos estavam tão boas...

Resolvi ligar para a casa de festas, alguém poderia ter achado.

- Agora não tem ninguém da gerência, liga mais tarde.

Mocinha antipática... Liguei novamente no horário recomendado, outra moça de má vontade.

- Está começando uma festa agora, não posso falar.

- Tudo bem. Não estou interessada em fazer festa, também não há interesse em me atender direito...

Desanimei mas fiz promessa pra São Longuinho, just in case. Lá pela hora do almoço a segunda moça antipática me liga:

- Olha, acharam sua máquina, mas vem logo buscar que só vão devolver pro dono!

Que sorte! Liguei correndo pro meu marido ir buscar. Fiquei pensando que aquela coisa de devolver pro dono deveria ser brincadeira, será que teriam visto as fotos e gostado de algum dos "hippies"?

Pouco depois a menina liga de novo:

- Olha, seu marido vai demorar? A máquina foi achada na rua, a pessoa que encontrou está querendo ir embora.

Ah, tá... Deve ter caído na hora que o carrinho foi colocado na mala. Liguei pro meu marido e pedi para ele correr e dar R$50,00 para o rapaz que achou, entendi que era algum mendigo. E de fato já havia prometido dar essa quantia a alguém que precisasse caso a câmera aparecesse.

Mais algns minutos, nova chamada:

- Aqui é o perna-de-pau da casa de festas, é que o rapaz foi embora com sua máquina...

História mais sui generis. Nesse momento minha vontade foi de chorar, encontrei e perdi a danada em menos de meia hora. E na verdade o que aconteceu foi o seguinte: o tal perna-de-pau (e miolo-mole, como ficará provado a seguir) viu a máquina embaixo de um carro do outro lado da rua, mas do alto de suas pernas de pau (dá até vontade de rir...) não teve outra alternativa senão pedir a um rapaz que estacionava que a pegasse para ele. Assim foi feito, ele pegou a dita cuja, a levou para a gerente, todos viram minhas fotos, e tudo caminhava para um desfecho favorável. Só que o tal do "apanhador" continuou lá na porta perturbando o pernadepaumiolomole, que se viu compelido a voltar à gerência, pegar minha maquininha e devolvê-la ao infeliz, que só queria devolver AO DONO.

Inacreditável, né? Mas a história não termina aqui. O pernadepaunãotãomiolomoleassim devia ter ainda algumas lamparinas de seu juízo acesas e anotou a placa do carro, que ainda por cima era de uma empresa dessas terceirizadas que prestam serviço a uma determinada TV a cabo. Sendo assim, ficamos de posse também do telefone da empresa e do número do carro.

Para terminar: meu marido até conseguiu entrar em contato com o tal cara - ou ladrão, como queiram - há umas duas semanas através da empresa, e ele ficou de devolver a câmera sem garantia de que as imagens estariam preservadas , mas até agora nada. Seu celular passou a ficar fora de área ou chama e não atende.

Fico sem entender como alguém, aparentemente um trabalhador, fica bem em posse de algo que não lhe pertence, depois de ter se comunicado com o dono do objeto. E a câmera é daquelas antigas, poucos recursos, valor material quase nada. Queria mesmo minhas imagens...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Mesquita

Nossa! Ando sem tempo... Passei por aqui para dar uma pincelada em um assunto que gosto: coincidências.
Meu marido estava me levando para o trabalho ontem pela manhã enquanto falávamos com uma amiga ao celular. Ela dizia:
- Estou a caminho de Mesquita...
- Ih, nem sei onde fica... Mas eu estou na rua Barão de Mesquita! Rs...
E estava mesmo passando por ali.
Chegando ao meu destino meu marido pediu, como sempre, que eu lhe comprasse o desjejum na lanchonete da esquina. Quando voltei com a encomenda, ele estava rindo sozinho:
- Olha a placa daquele carro ali!
Adivinham de que cidade era? Isso aí, Mesquita...
Sempre acho que meus dias serão auspiciosos quando começam com essas pequenas coincidências. E este foi bom mesmo.

domingo, 24 de maio de 2009

Inconsciente

Engraçado. Bati os olhos no título de um post anterior, "separação". A palavra deve estar na minha cabeça por conta da ida da pequena para a creche antes do que eu havia planejado.

Acho que sou muito metódica, e quebras no que eu cuidadosamente planejo me deixam um tanto estressada. Queria que ela ficasse um pouco mais em casa, deixar seu sistema imunológico mais preparado para todas as bactérias novas que outras crianças irão apresentá-la. Mas não deu.

E lá vem uma separação... Minha filha, naturalmente simpática, choramingou em todos os lugares que visitamos. Ficou no meu colo, cabeça apoiada em meu ombro. Não quis descer ou ir com outras pessoas. Bebês são mesmo muito espertos.

A adaptação começa amanhã. Meu coração está um pouco mais doído do que com a mais velha, que foi para a creche menorzinha, mas eu já sabia que seria assim desde antes que nascesse.
Mas vai dar tudo certo.

Amamento sim!


Começa assim, aos poucos. Um comentário aqui, uma recriminação ali, um olhar espantado acolá.

- Mas você ainda amamenta esse bebê cheio de dentes????

Amamento sim. Ninguém tem nada com isso. E vou fazê-lo até quando quiser.

Gente chaaaaaaata, cheia de teorias psicológicas. Me deixem em paz.:-P

Separação


A filha de minha prima passou o final de semana aqui em casa. Ontem peguei as três meninas e levei-as ao parquinho do clube, para que gastassem um pouco de energia. Confesso que o programa foi um tantinho furado; a mais velha adora futebol, e o parque é daqueles para crianças até oito anos, com brinquedos, areia, cheio de bebês e bolas proibidas. E a pequena, para minha surpresa, ficou o tempo todo no meu colo, se recusou terminantemente a colocar os pés na areia e balançava a cabeça negativamente cada vez que eu tentava mostrar a ela como é legal deixá-la escorrer por entre os dedos. Enfim, M. se divertiu bastante, adora brincar com areia, fica horas esquecida ali, fazendo bolos, montanhas, escondendo os pés.

Estava sentada observando as crianças quando uma moça e seu bebê se aproximaram. Começamos aquela típica conversa de mães de praça: hábitos dos pequenos, creche, idade... Ela me perguntou se as três eram minhas.

- Não, só as duas menores.

- Ah, eu também queria dois filhos, mas tudo muda de repente. Meu marido se separou de mim há duas semanas.

Fiz aquela cara de paisagem, de quem não sabe muito bem o que dizer diante de tal revelação vinda de uma desconhecida.

- Mas você está reagindo bem...

- Não estou não, tenho dormido a base de calmante, vou trabalhar e só choro quando chego em casa.

E daí continuou seu desabafo, contou como se conheceram pela internet (ainda acho isso muito esquisito), o casamento rápido apenas no civil, o bebê que veio logo a seguir, e o fim do casamento 1 ano e meio após seu nascimento. Deixei-a falar, demonstrava necessidade de dividir seu momento para exorcizar sua tristeza.

E até que o tempo passou rápido ali naquele banco do clube; apesar de relatar sofrimento, contava tudo com calma e até uma certa dose de humor. Ela estava mais tranquila porque o menino ainda não havia perguntado pelo pai, e este apenas após duas semanas ligou para saber do filho.

Mais tarde fiquei ponderando sobre a facilidade que os homens tem para se desligar de suas crias. A impressão é de que o vínculo que eles tem com os filhos é dependente do que tem com suas mães/mulheres. Uma vez que este se desfaz, esmaece o amor pelas crianças também.

Eu, hein. Depois dizem que mulher que é bicho esquisito.

Meliante


Triste constatação: minha filha é uma meliante.

Estávamos em uma farmácia comprando as coisinhas que ela precisará para começar na creche amanhã, e a bichinha indócil no carrinho passando a mão em tudo que estivesse ao seu alcance.

Ela pegava e eu devolvia, mas quando parei para pagar a conta ela ficou um bom tempo solta para encher as mãos. Os vendedores de olho nela, fiscalizando e achando graça.

Paguei, pedi desculpas, e sorriso amarelo no rosto devolvi o que ainda estava em suas mãos, enquanto ela berrava em protesto.

No dia seguinte achei um pote no carrinho, cristais de gengibre. Conclusão: na mais tenra idade de 1 ano e três meses minha filha cometeu seu primeiro ato de delinquencia. Espero que pare por aí, ou aos dezoito a folha criminal será imensa, rs...

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Good morning

Essa é da série nada é por acaso.

Meu dia hoje está bastante tumultuado, cheio de tarefas. Me programei para acordar um pouco mais cedo e passar no laboratório para deixar material da minha caçula para exame. Só que para contrariar, eu e meu marido perdemos a hora, levantamos tarde, e foi aquela correria.

Mesmo assim levei o material, mas o laboratório estava lotaaaado, 34 pessoas na minha frente. Desisti de esperar, ia jogar o potinho fora e pedi um novo à moça, para recomeçar a coleta e entregar outro dia.

- Mas a senhora só vai entregar material? Tem fila separada, bem mais rápido.

De fato, fui atendida em menos de 10 minutos.

Fui pro carro pensando em como o atraso para acordar me poupou tempo, pois se tivesse chegado no horário que havia me programado, provavelmete teria esperado minha vez pacientemente e não ficaria sabendo da fila especial.

Hum... Começo de dia auspicioso, rs...

Número da sorte?

Mais uma coincidência, vim postar rapidinho.

Estava pesquisando sobre aposentadoria especial do servidor público, e me deparei com uma determinada data de publicação de parecer no diário da justiça. Enquanto esmiuçava a busca, uma colega veio devolver um protocolo de pedido de certidão de tempo de serviço que fiz junto à Secretaria de Estado de Saúde.

Olhava o papel distraidamente enquanto ela me explicava alguns procedimentos que devo tomar quando me deparei com a data de abertura do processo, absolutamente a mesma do parecer que eu pesquisava, dia mês e ano!

Gente, tenho que sair daqui e comprar um bilhete da loteria federal ou coisa que o valha correndo! Será que fico rica hoje?

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Bom lembrar


Minha memória me prega peças.

Minha filha menor desenvolveu a estranha mania de puxar as longas pestanas quando está prestes a adormecer. Comentei com minha mãe, que disse:

- Lembra que eu arrancava as suas?

É verdade, coisa curiosa a memória. Quando ela falou sobre seu hábito peculiar, uma luzinha se acendeu. Ela gostava de furtar meus longos cílios para ficar enrolando entre os dedos polegar e indicador. Hábito esquisito mesmo, mas acho interessante o fato, mesmo bobinho, ter se apagado completamente da minha cabeça, cena tantas vezes repetida.

Me veio outra lembrança: minha cachorrinha vira-lata, Natty, gente boa... Nos seguia pela casa e estava sempre aos nossos pés. Ela e minha mãe costumavam passar as noites em meu quarto vendo TV até que eu resolvesse dormir. Minha mãe repetia invariavelmente, em tom de brincadeira:

"Natty, fomos expulsas!"

Ah, coisa boa lembrar.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Ah, dormir...


Gente, que dia ontem. Quando não durmo direito, e isso para mim é uma das piores coisas do universo, vejo tudo através de uma lente, ou como um filme. Parece que só fico assistindo a minha vida passar, sem forças para interagir.

Uma vez minha filha mais velha resolveu passar a noite em claro. Ela deveria ter cerca de 1 ano, e eu já estava trabalhando. Diante de tantas tentativas infrutíferas de fazê-la dormir, desatei a chorar como um bebê. Acho que o pai se apiedou e assumiu o leme da situação; os dois passaram a madrugada chuvosa fazendo desenhos com os dedos na janela. Via a cena com os olhos meio abertos, meio fechados, a mente escapando do meu controle, como um sonho bom. E guardei assim, a imagem como uma tela, uma menina em pé na cama, a camisola maior que ela, e o pai a amparando, ambos se divertindo. E eu, feliz da vida, dormi...

terça-feira, 19 de maio de 2009

Deu mofo


Meu banheiro está com uma infiltração. E o mofo grassa pelo armário do meu quarto, a impressão que tenho é que todos os meus sapatos são verde. Bem, vem chegando o inverno, com ele as afecções respiratórias, etc.,etc.,etc, e agora tudo isso está me incomodando demais. É que acho que sou calma, e passei por uma fase em que tinha que criar uma escala de prioridades de preocupações. A infiltração ganhou sua vez.

E com tudo que eu tinha para resolver, tive que ficar com minha mãe no meu pé todo dia pedindo para eu ligar pra vizinha, ela tinha que fazer alguma coisa, isso ia fazer mal para as crianças, blábláblá, blábláblá... E porque ela mesma não pegava o telefone e ligava?

Enfim, depois de vários contatos, bombeiro pra cá, síndico pra lá, o proprietário do apartamento de cima autorizou o conserto. Sua advogada ligou hoje e marcou a visita do bombeiro para amanhã às 9.

- Algum problema?

- Eu trabalho de manhã, mas minha mãe e a empregada estarão em casa.

Desliguei o telefone e minha mãe logo reclamou:

- Sobrou pra mim...

???

- O que é mesmo que eu tenho que mostrar?

Sem comentários.

A maçã


Bem, bem, bem. Adoro contar meus micos.

Acho que contei em algum post que fiz internato rural, e como a experiência foi enriquecedora. Mas nem tudo é perfeito.

A gente vivia numa comunidade multidisciplinar quase hippie, médicos, enfermeiros, dentistas e eu, nutri, na mais perfeita harmonia. Coisa que infelizmente poucas vezes experimentei profissionalmente.

Enfim, o período de um grupo de dentistas estava se encerrando, e eles resolveram apresentar uma pecinha de teatro em uma das escolas da cidade. Aquela coisa de ensinar cuidados básicos de higiene bucal, prevenção de cáries, whatever. Todos contribuímos com o texto, fantasias, e ia tudo muito bem até que eu fui intimada a atuar. E eu era a miss timidez em pessoa.

- Olha você vai ser a maçã.

- Quê???

- É, a maçã. Você não é nutri? Então, maçã.

E eu estava no momento caprichando no colorido vermelhinho da fruta, desenhada em cartolina que seria colada em isopor. Isso mesmo, mulher sanduíche. Ou melhor, mulher fruta. Acabei de me dar conta que devo ter sido a precursora dessa coisa de mulher salada de fruta, já que isso se passou em, hã-hã, 1990.

Ai, ai, ai, resolvi encarar meus fantasmas e aceitar convite tão sutil, em nome do coleguismo. E também porque um dos dentistas era um gato. Ou melhor, dois... Mas o pior ainda estava por vir.

- Já decorou a música?

- Que música?

- A que você vai cantar...

Gente, não bastava o mico de mulher sanduíche eu ainda teria que cantar. Comecei a achar que alguém estava querendo me sacanear. Tive certeza quando me apresentaram a letra:

"Eu sou a maçã

Vermelhinha e gostosinha

Que me comem todo dia

Para ter mais energia."

Isso no ritmo Teresinha de Jesus. Sentiram?

- Como assim, me comem todo dia???? O negócio é pra criança...

Bem, rolou muita argumentação mas não consegui mudar a letra. Me conformei com meu destino e vamu que vamu.

Dia da apresentação. Palco montado no meio do pátio da escola, apinhado de aluninhos, seus pais e professores. A impressão era de que a cidade toda estava lá.

E lá estávamos nós. A nutri-cenoura, o odonto-escova, o médico-fio dental and so on. Friozinho na barriga, estava chegando a minha vez. Porque só eu ia cantar? Mistério. Nisso alguém me empurra:

- Vai, maçã!

Olhei aquele povo todo, respirei fundo e disparei:

- Eu sou a maçã...

Óbvio. Isso todo mundo estava vendo. Até aí tudo bem.

- Bonitinha e gost...

Nesse ponto a massa do bolo desandou. O gostosinha não saiu nem que a vaca tussisse, mugisse e cantasse o hino nacional em grego. Tive um acesso de riso daqueles sem controle. O pior é que eu ria sozinha, dezenas de olhinhos me fitavam, sérios, sem entender nada. Silêncio total. Tentei começar de novo.

- Eu sou... Kkkkkkkkkk!!!!

Gente, como o palco é solitário... Estava eu lá, artista incompreendida, nem um risinho amarelo da plateia para me apoiar. Só me lembro de ter sido subitamente arrancada de lá, aos costumes.

- Eu avisei que isso não ia dar certo...

Mas acho que deu sim. Pelo menos até hoje eu dou muita risada quando lembro desse mega King Kong...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Black power


Tenho uma festa anos 70 em junho. Pra variar, além do meu visual, fiquei responsável pelo do meu marido também. Mas pra mulher é tudo mais fácil, uma passada pelo comércio da Tijuca e achei um belo vestido estilo hippie, bem baratinho, em uma loja popular. Cordão, brinco e pulseiras deram o toque final, ficou ótimo com as trancinhas que fiz no cabelo comprido.

E para ele? Pesquisei lojas de aluguel na inernet, mas achei poucas opções e caras. Resolvi dar uma andada pela rua da Alfândega.

Nossa, e andei mesmo.Fui às lojas mais conhecidas e nada. Tentei a Turuna, Silmer, Senhor dos Passos, Buenos Aires... Fui a uma delas convidada pela propaganda de rua:
"Venha para a loja ..., aqui temos todos os tipos de fantasia!"
- Oi, você tem fantasia anos 70?
- Não...
- Ué, a propaganda diz que tem todos os tipos...

Diante da cara de alface da vendedora resolvi me retirar. Aliás, fiz uma constatação: o povo da Saara não gosta de vender. Ô gente mal-educada! Era difícil conseguir alguém que me desse bola.

Já voltava desanimada para casa, uma peruca black power numa sacolinha para não ficar de mão abanando, quando vi umas fantasias no mostruário em uma portinha. Subi as escadas e perguntei à moça vestida de Chapeuzinho Vermelho:
- Você tem fantasia maculina estilo hippie, anos 70?
- Tem sim, olha aí!
Foi inacreditavelmente simpática e me apontou uma arara onde, para meu deleite, achei o que procurava: um conjunto de calça de tergal marrom boca de sino com camisa de gola enorme em marrom, grandes estampas azuis, bem cafona, tudo de bom!
- Nossa, é isso mesmo, tem maior?
- Não sei, não trabalho aqui não.

Bem, estava explicada a simpatia da Chapeuzinho. Quer dizer, nesse momento ela já estava vestida de princesa, Cinderela, acho.

Achei o tamanho G pequeno para ele, mas resolvi arriscar. No caminho pra casa fiquei imaginando meu marido naquela fantasia digna de prêmio.

E para a sorte da minha ansiedade ele estava em casa, e experimentou na mesma hora. Ficou sensacional... Com a peruca e os óculos escuros ele ficou tal e qual o Toni Tornado.
- Ensaia BR 3 aí...

Quando ele entrou no quarto da minha mãe, minha tia levou a mão ao peito e gemeu um "ai" assustado; deve ter achado que era assalto...

Nossa, rolamos de rir... Depois eu conto como foi a festa, tá? Aguardem cenas dos próximos capítulos!

Reavendo minha vida aos poucos


Consegui assistir a dois filmes no sábado, Juno e Jogo de Amor em Las Vegas. Gostei muito de Juno, filminho esquisito e agradável. Diálogos objetivos, nada de dramas, soluções infantilmente maduras. Já o segundo é puro entretenimento, cineminha pipoca. Eu gosto.

E ontem vi novamente Pequena Miss Sunshine, que eu adoro, tudo de mais improvável se junta e parece normal. Como toda família.

Ah, não posso deixar de mencionar o fim da noite: Os Incríveis, papai, mamãe e filhas, pipoca e suco de maracujá, luz apagada e som nas alturas.

Mas o melhor de tudo foi ter tempo pra mim, parar e me vidrar na telinha numa boa, sem interrupções. Puro prazer.

Baby talk


Quase todas as vezes que minha filha mama costumo perguntar:
- Quer conversar?

Geralmente ela já está morrendo de sono e balança a cabeça negativamente. Pergunto mesmo só para ver sua reação e dar algumas risadas, é uma brincadeira nossa.

Outro dia ela estava especialmente rabugenta. Enquanto sugava emitia sons bastante irritados, batia os pés e franzia o cenho.
- O que você tem, K.?
Aí subitamente me veio uma ideia:
- Você quer conversar?

Na mesma hora sua fisionomia se iluminou e ela fez que sim, olhinhos arregalados. Que bom, já estava achando que meu papo devia andar muto chato...

Crianças de um novo tempo


Nasci carnívora. Muito carnívora. Não conseguia imaginar um prato de almoço ou jantar sem uma boa porção de carne, de preferência vermelha e mal passada. Passeios a churrascarias eram meu sonho de consumo.

Mas de uns tempos pra cá isso foi mudando. Passei a ter uma certa preguiça de mastigar, e belos pratos de salada se tornaram uma boa pedida. Não que eu rejeite proteína animal, só aprendi a me virar sem ela. E bem.

Mas o que de fato me causa uma certa surpresa é a quantidade de crianças que rejeitam carne. Minha filha é uma delas, aceita muito pouco, fica bem com macarrão, queijo e leite, muito leite. A menor, até o momento, enrola os pedaços na boca e acaba cuspindo.

Às vezes fico me perguntando se esta não será uma geração mais evoluída espiritualmente, que já nasce livre de alguns vícios. Pode até ser apenas coincidência, mas gosto de acreditar nisso.

Sem resposta


- Mãe, o que é camarão?
Achei engraçado essa pergunta na boca de uma menina de 5 anos.
- É um crustáceo. Gostoso...
- E a gente come?
- Come.
- Porque a gente faz isso com a natureza?
????
- É por isso que os bichos ficam zangados e comem os homens. Porque a gente mata eles pra comer.
Fiquei sem resposta.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Woman thinking


- A Glória Maria era tão antipática, o Fantástico melhorou muito depois que entrou a Patrícia Poeta.

Essa deve ter sido pelo menos a quinta vez que escutava meu marido fazer o mesmo comentário. Dessa vez me chamou a atenção.

- Que tanto você fala nessa Patrícia Poeta?

- É que quando falo você nunca responde nada...

Vi que ele tinha razão. Muitas vezes quando convivemos de muito perto com alguém achamos que a pessoa tem de entender nossos silêncios, expressões faciais, os desejos mais íntimos. Compreendi que a cada vez que ele repetia a frase, eu ficava quieta avaliando qual era minha opinião sobre o assunto. Sem chegar a uma conclusão, nada dizia. E lá no fundinho do meu cérebro devia morar a certeza de que ele conhecia o teor de meus pensamentos. Ledo engano. Felizmente!

Agora aprendi. Sempre que ele fala algo esperando minha opinião, que às vezes demoooooora, aviso:

- Peraí, tô pensando!!!!!


domingo, 26 de abril de 2009

Meninos


A neném estava mamando, um amiguinho da irmã de cada lado.

- Tia, tem leite aí?

- Tem.

- Ela gosta?

- Gosta.

- Mas vem de onde?

- O corpo das mães faz.

- Ah... Mas vem assim puro, sem açúcar, Toddy, Nescau?...

sábado, 25 de abril de 2009

Eu mereço?


Tive que brigar com meu marido após dois dias sonhando com ele.

O primeiro até relevei; neste ele me trocava pela Grazi Massafera, enquanto eu ficava perguntando: "mas e o Cauã?"

Mas o outro é a cara dele... Estávamos saindo para comprar um carro para mim, zero. Lá ia eu toda contente quando ele propôs:

"Vamos naquela loja ali, chegou um carrinho que é a sua cara..."

E eu segui toda crédula para dar de cara com um fusquinha branco todo empoeirado...

Acordou a base de cascudos, merecidamente.

Nostradamus


Outro dia assisti a um documentário sobre Nostradamus. Suas visões (ou não) sempre me fascinaram, lembro do meu medo quando criança ao ouvir que faltavam pouquíssimos papas para o mundo acabar.

Mas interessante mesmo foi uma passagem sobre Catarina de Médicis. Ela tinha sonhos repetidos com uma morte pavorosa de seu marido Henrique II, rei da França, e se espantou ao ler uma quadra do vidente que descrevia a mesma cena que ela sonhava. E de fato seus temores se realizaram quando durante um torneio o rei foi ferido com uma grande farpa da lança de um cavaleiro, que perfurou-lhe o olho, atingindo o cérebro.

O mais bizarro vem a seguir: como os médicos não sabiam o que fazer para tentar salvar o rei - que pasmem, continuava vivo! A rainha teve a singela idéia de mandar decapitar alguns prisioneiros para que se fizessem os experimentos em seus olhos... Tudo muito normal... Como se fazia nos campos de concentração.

O pior é que na verdade ninguém conseguiu arrancar as farpas sem que o globo ocular e parte dos miolos pulassem, e o rei acabou morrendo após agonizar por alguns dias. E eu fiquei aqui impressionada com os pobres que morreram em nome da ciência...

terça-feira, 21 de abril de 2009

Missing


Há umas duas semanas perdi meu chaveiro. Dei à minha empregada para que ela abrisse a porta de serviço do andar e não vi mais. Disse ela ter me devolvido, mas essa lembrança simplesmente não existia na minha mente.

Bem todos na casa foram envolvidos na procura, até minha mãe em seu andador. Relutei em fazer cópia de tantas chaves, e fucei cada canto da casa.

Na última sexta desti e mandei fazer um novo molho pra mim. Mas fiquei com a sensação que bastaria isso para que o desaperecido desse o ar da graça.

E não deu outra. Ontem fui recebida pela minha filha com o sumido na mão.
- Mãe, olha o que eu achei! Estava na caixa do meu jogo de amarelinha.

Não preciso nem dizer quem botou lá, né? Uma certa pequena que anda com o costume de guardar tudo em qualquer lugar.

- Puxa, M., bem que você podia ter brincado de amarelinha antes...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Haja paciência


Olha, o dia de intem foi mesmo movimentado. Começou com incêndio na garagem e continuou com passagem pela emergência ortopédica. Mea culpa, prendi a mão da neném na porta. Ai, que dor... Nela e em mim, que fiquei sem coragem de olhar, apelei para o pai. Ele rapidamente colocou gelo, movimentou os dedinhos e saiu com ela para distraí-la. Fomos todos para o hospital, mas felizmente não houve fratura.

Seguimos então para um chá de lingerie, e no caminho passamos por uma lanchonete que tem uns salgados deliciosos. Minha filha mais velha começou a reclamar:
- Tô com fome...
- A gente vai pra uma festa, na volta passa aqui.
Mas a festa se revelou um verdadeiro programa de índio para as crianças, que ficaram no play com o pai enquanto eu assistia a apresentação de dança do ventre e técnicas de sedução em meio a calcinhas comestíveis, algemas cor-de-rosa, creminhos de todos os tipos e outras cositas.
- Mãe, tô com fome, quero uma coxinha gigante!
- A gente já vai...
- Mas eu quero uma coxinha do meu tamanho!

Isso durou o tempo que permanecemos por lá, consegui fugir depois que o bolo foi servido. Meu marido, com dor de cabeça após tantos "eventos graves" em menos de 24 horas, não queria desviar.
- Que coxinha que nada, faço um miojo pra você em casa.
- Ah, não, pai, quero coxinha.
Diante de tanta insistência da garota que acha que comer é tempo perdido, ele se convenceu. Deu a volta, e comprei oito coxinhas e dois croquetes.
- Hum... Tô sentindo cheiro de coxinha.
- Claro que está, mamãe não foi comprar pra você?
- É que gostar mesmo, eu gosto de bolinha de queijo. Mas se você só trouxe coxinha, tudo bem, eu como...

domingo, 19 de abril de 2009

19 de abril


Mas agora ele só tem o dia 19 de abril...

Dia do índio. Com todo o meu respeito a cultura indígena, não pude deixar de me espantar com matéria da Folha Online que transcrevo em parte a seguir. Trata do julgamento do senhor administrador da Funai em Manaus, que apoia índios ianomâmis que tentam retirar do hospital uma criança de 1 ano e 6 meses com hidrocefalia, pneumonia e tuberculose.

Em nota à imprensa, o administrador da Funai em Manaus, Edgar Fernandes Rodrigues, afirma que em uma maloca ianomâmi as atividades domésticas competem à mulher e que, se ela gerar um filho deficiente, é permitido o infanticídio.
"Gerar um filho defeituoso, que não terá serventia [...], é um grave 'pecado', pois este não poderá cumprir o 'seu destino ancestral", diz a nota.
Rodrigues afirma que a"Funai respeita e acata a decisão da mãe da criança ianomâmi de interromper o tratamento médico de sua filha e levá-la para maloca. Perderemos uma vida, sim, mas temos a certeza de que outra será gerada."

Como assim, perderemos uma vida e tudo bem? Tudo bem se permitir o infanticídio? Senhor Edgar, se a menina fosse sua filha, o senhor concordaria com essa sandice?

Felizmente a Vara da Infância e da Adolescência de Manaus decidiu por manter a menina internada. Uma decisão pela vida.

Uau...


Dia para entrar para a história. Fiz meu primeiro arroz sem queimar, salgar ou empapar. Amazing.

Fogo!


Lá pelas cinco da manhã de hoje acordei com a neném chorando. Ainda meio atordoada ouvi uma confusão de vozes que pensei vir da TV da minha mãe. Logo em seguida ela entrou em meu quarto pilotando o andador:

- Filha, está pegando fogo lá embaixo!

Nossa, que susto! Meu marido levantou num pulo e já me preparava para pegar as crianças e minha mãe quando ele me segurou:

- Não, você fica!

Na verdade era um dos carros de um morador do quarto andar. Ficamos na janela do quarto da minha mãe, que dá para a parte interna do prédio, e o cenário era mesmo de assustar. Ouvi os gritos que pediam para que alguém ligasse para os bombeiros, e corri para o telefone. Na confusão, fiquei alguns segundos olhando para o aparelho em minhas mãos sem lembrar qual botão apertar. O número me veio fácil à cabeça, esta semana estudei para a prova de renovação de habilitação e assisti a um treinamento da brigada de incêndio no trabalho. Caramba, mas o 193 só dava ocupado! Algumas tentavivas e atende uma voz sonolenta:

- Alô...

- É do corpo de bombeiros? Tem um carro pegando fogo aqui na rua C.B.!

- Ah, é um carro? Tô indo.

E desligou na minha cara. O Tico e o Teco demoraram um pouquinho para concluir que provavelmente outra pessoa já teria avisado do fogo e dado o endereço.

Enquanto isso podíamos ver e escutar o nervoso dos homens tentando acionar a mangueira do prédio e os estalos de algo que parecia vidro quebrando (depois soube que eram as telhas próximas que não aguentaram o calor), enquanto a fumaça subia em quantidade, enchendo principalmente os apartamentos de fundos mais baixos.

Saí com a pequena da janela de trás e fui para as da frente, e abri para deixar a fumaça que já enchia o apartamento sair. A menina mais velha dormia tranquilamente, sem suspeitar da confusão. Felizmente, provavelmente ela teria ficado bastante assustada.

Pior mesmo foi ouvir alguém gritar sobre o risco do fogo atingir o gás. Nossa, como a pânico deixa a gente meio besta! Achei que era da tubulação do prédio que falavam, mas na verdade o perigo era o cilindro de gás natural do próprio carro, instalado na traseira.

Pareceu uma eternidade para os bombeiros chegarem, e de fato demoraram mesmo, a sorte é que um vizinho da rua, que é bombeiro, veio ajudar. A mangueira do prédio, inicialmente sem pressão de água, funcionou bem, e os brigadistas não tiveram muito que fazer.

Logo meu marido subiu contando que provavelmente houve uma pane na parte elétrica do carro, que ficou destruído. O dono estava meio em estado de choque, e para completar, não tinha seguro... Fiquei surpresa, era um automóvel desses grandes, novo, tipo pick-up, que eu não me atreveria a encostar o dedo enquanto não estivesse coberto. Mas parece que o seguro é muito caro. É o tipo de coisa que não entendo. Melhor ter um carro mais barato, que eu possa assumir todas as despesas, que ter um de luxo que eu não possa arcar com elas. E ficar no prejuízo total. Total não, pois graças à Deus, ninguém se machucou.

Agora só resta limpar os apartamentos que ficaram imundos. Minha vizinha de porta estava arrumando forças para começar. E trocar as calhas de proteção das janelas da frente do meu carro que derreteram. Era o único estacionado perto do que estava em chamas, felizmente o prejuízo foi mínimo.

Mas eu que fiquei zureta de vez. Acabei de ouvir meu amigo padeiro buzinar e pedi quatro pãezinhos. Ele ficou assustado quando dei seis reais para pagar a conta.

- Não, moça, é R$ 1,20!

- Ih, fiz conta a R$1,50 cada...

- Assim eu ia ficar rico!

É. Acho que o incêndio cozinhou meus miolos.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

A outra história


Assisti ao filme "A Outra" por acaso, parei nele enquanto zapeava. A história versa sobre o já batido tema "Henrique VIII e suas mulheres" mas sob um novo ponto de vista. Eu nem sabia que ele havia tomado como amante primeiro a irmã mais nova de Ana Bolena, Maria, com quem teve o tão desejado filho varão. Teve mas desprezou, já fascinado pela mais velha.

Logo no início tomamos conhecimento da ambição desmedida da família das moças, capaz de orquestrar o envolvimento do rei com a jovem Ana, a custa de sua dignidade, em troca de favores e regalias. Sou particularmente fascinada por essa passagem histórica, a rainha dos mil dias, inteligente, manipuladora e decapitada.

Mas fiquei viajando em uma das cenas. O rei visita as terras dos Boleign para ter seu interesse despertado por Ana, o que de fato acontece. Mas a moça abusa de sua impulsividade e acaba provocando um pequeno acidente que faz com que o rei se veja sob os cuidados de Maria, recém-casada, tímida e ingênua. Pronto, aí tudo desanda.

Me ocorreu que sem este incidente provavelmente Ana e Henrique teriam se tornado amantes, e ela acabaria por conseguir um casamento com algum nobre ao ser preterida, como era a intenção inicial da família. Mas o desenrolar dos fatos a leva à corte francesa, de onde volta ansiando por mais, não se contenta com nada menos que a coroa, e assim provoca o rompimento da Inglaterra com a igreja católica.

É, essa moça fez história. Sua força era tanta que, mesmo acusada de incesto e traição e condenada a morte, conseguiu convencer o rei a trazer um carrasco da França para ser executada com a espada e não com o machado, alegando que uma rainha não deveria se curvar diante de ninguém.

Por mais que saiba que é impossível, sempre que leio sobre Ana Bolena ou vejo algum filme sobre ela, torço para que sobreviva... Nonsense total.




O que não tem solução...


Dois feriados semana que vem. Pela primeira vez estou com uma certa vergonha da situação. Tenho até muita simpatia por São Jorge (salve, Jorge!), mas se o município, estado ou o país parar em todo dia santo não se trabalhará mais no Brasil.

O pior é que semana que vem acontecerá a tentativa de recertificação do instituto em que trabalho, e a comissão internacional não está nem aí para as pegadinhas do nosso calendário. Conclusão: avaliações e visitas normais de segunda a sexta, eu sem poder comparecer na terça e na quinta por não ter quem fique com minha mãe e as crianças. Meleca de sentimento de culpa.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Cheiro de ontem


Morei a vida toda no coração comercial da Tijuca. Me acostumei a dormir ao som de carros passando, buzinas, burburinho de pessoas indo e vindo o dia todo, apito de guardas de trânsito.

Há dois anos me mudei para uma rua tranquila a dois quarteirões do endereço anterior. É bem perto do movimento, mas por ser uma rua apenas residencial, tem característics próprias.

Agora a pouco estava na janela chamando minha filha mais velha, qua brincava com a amiguinha no andar de baixo. Vi parado ao portão o padeiro que passa de bicicleta por aqui diariamente, buzinando pela manhã, a tarde e a noite. De vez em quando pensava em pará-lo e provar um bolo ou pão doce, mas até hoje ainda não havia feito isso.

Quando a menina subiu me pediu pão com queijo. Ultimamente não temos comprado pão francês, então corri para a janela para ver se o menino ainda estava lá.
- Você pode subir e me trazer quatro pãezinhos?
- Cinco!
O pedido de mais um foi da minha filha, sempre querendo dar a palavra final.
- Pode ser cinco, moça?
- Pode...
- E a senhora não quer um bolo de abacaxi?
Vi que era o último do cesto.
- Tá bom.

Quando o rapaz se despediu, oferecendo pão fresquinho quando eu quisesse, fiquei com uma agradável sensação no peito de velhos tempos; negociação pela janela de casa, criança brincando na vizinha... Agora só falta deixarem a garrafa de leite na porta amanhã de manhã!

Ai, que saudades do Cesinha...


Sem comentários. Quem é servidor municipal do Rio de Janeiro sabe do que estou falando.

Gentileza gera gentileza


Ao sair do trabalho hoje dei uma desviada para fazer compras. Cansada, acabei preferindo voltar de táxi. Vim quieta, pensando na vida, sem muito conversar com o motorista. Chegando ao destino, dei uma nota de R$ 50,00 para pagar a corrida de R$ 15,00.

- O senhor quer cinco reais?

- Não precisa não...

E me devolveu uma nota de vinte e três de cinco.

Me vi com aquela quantidade de dinheiro trocado e propus uma troca:

- O senhor não quer ficar com quatro notas de cinco reais e me dar uma de vinte? Ando muito de táxi e está bem difícil conseguir troco...

Ele aceitou na hora, concordando comigo.

Subi, e ao chegar em casa percebi que havia esquecido a sacola no carro. Ai, que vontade de chorar... Passei por algums lojas para comprar o que precisava, e lá se fora o meu tempo perdido. Mas tudo bem, fazer o quê. No dia seguinte teria que repetir o percurso.

Já estava me conformando quando toca o interfone, e para a minha surpresa era o motorista de táxi!!! Pela janela pude vê-lo conversando com vizinhos, provavelmente agradecendo por terem informado o meu apartamento. Desci feliz da vida...

- Puxa, obrigada, que gentileza a sua ter vindo entregar a sacola!

- É, já estava longe quando vi. Mas voltei porque a senhora parece uma boa pessoa.

Fiquei me perguntando se o fato de ter oferecido o dinheiro trocado a ele ajudou em sua decisão tão simpática de me devolver os pacotes sem saber seu conteúdo. Prefiro pensar que sim. E confiar não só na natureza humana, mas também que gentileza gera gentileza...

Opa! Acabo de me dar conta que este é o meu post de número 400. Que bom comemorar essa marca com uma mensagem otimista! E agradeço às minhas três leitoras pela preferência, rsrsrs...

Dispostivo de retenção


Bom, é sabido que adoro coincidências. Aí vai mais uma.

Estava estudando para aquela provinha boba de renovação da habilitação para quem dirige desde antes de 1998. Empaquei no termo "dispositivo de retenção" de uma das questões do simulado, relativa ao transporte seguro de crianças em automóveis. Fiquei imaginando as pobres amarradas aos bancos traseiros, como pacientes contidos aos leitos hospitalares por perda de lucidez.

Nesse meio tempo chega em casa uma encomenda que havia feito pela internet, uma cadeirinha para minha filha mais nova andar de carro. Distraidinha, pensando na prova, dou uma olhada para a caixa a minha frente e numa baita tarja preta leio: "dispositivo de retenção"! Adorei, mesmo me sentindo um tanto idiota por não ter ligado o nome a pessoa antes. Melhor ainda foi ter acertado a questão sobre o tema, que de fato caiu na prova...

domingo, 12 de abril de 2009

Um milímetro distante

Passei tão perto da felicidade total

Que quase pude tocá-la

Pequenos detalhes muitas vezes são o suficiente

Para mudar o curso de uma história

O que poderia ser calma vira um mar agitado

Calma, calma... esse é o desejo da minha alma

Me canso, às vezes me consolo

Com o pensamento de que tudo ainda vai dar certo

Ô, se vai!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Êxe não!


Minha filha estava com um ano e oito meses em sua segunda páscoa. Foi nessa época que comecei a reparar que algumas vezes tentamos realizar desejos nossos nos filhos.

Quando criança adorava ler as revistinhas do Maurício de Souza, principalmente as da Mônica. E como queria um coelhinho igual ao dela, batizado de Sansão já depois de alguns anos de vida. Enfim, quando lançaram a pelúcia do bicho, eu já estava pra lá de adulta, mas fiquei encantada. Com a menina pequena, pensei em presenteá-la na páscoa, ela iria adorar.

Então certo dia entramos em uma loja de brinquedos. Ela já estava naquela fase de querer mexer em todos, maravilhada com a variedade de cores, bonecas, joguinhos. Pegava, abraçava, arregalava os olhinhos:

- Que lindo, mãe!

Animada, avistei meu objeto do desejo e coloquei na sua frente. Ela segurou a caixa, deu uma boa olhada, avaliou e sentenciou, séria:

- Êxe não.

Devo ter ficado alguns segundos parada, boca aberta. Como assim??? Era o Sansão!!!

Nesse meio tempo ela já havia retornado ao chamego com as prateleiras abarrotadas, rindo, feliz, a cada descoberta. E eu de vez em quando fazia nova tentativa, introduzindo o coelho discretamente no seu caminho. Mas a reação era sempre...

- Êxe não.

Fazer o quê, né. Me conformei e nem lembro mais qual foi o presente eleito. Até que no ano passado, com 4 anos, me pediu a Dalila, versão feminina e cor-de-rosa do original. Ainda tentei:

- Olha o azul, que bonitinho...
- Não. Quero a rosa.

E foi a última tentativa, desisti. Até que outro dia....

- Mãe, você compra pra mim o Sansão?
-Ah, esse não!!!!!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Caminhando nas Nuvens


É engraçado como determinadas coisas nos remetem a acontecimentos, datas passadas.

Em 1997 resolvi perder peso, e entrei em uma rotina severa de restrição alimentar e atividade física. Com isso emagreci rapidamente, mas acabei doente. Fui a um clínico que me assustou com possibilidades de problemas sérios, e ainda debilitada fiz uma ultrassonografia.

Felizmente esta nada revelou de grave, e fraquinha, estômago embrulhado, voltei para casa no final da tarde. Minha mãe me pôs na cama e trouxe um lanche, cream-cracker com polenguinho, que degustei lentamente embaixo das cobertas, assistindo ao filme Caminhando nas Nuvens. Achei tão lindo... História cheia de poesia, uma fotografia encantadora e o fofo do Keanu Reaves moleque.

Sempre que estou zapeando e encontro esse filme, paro para ver novamente e lembro desse dia, da agradável sensação de alívio que experimentei entre as quatro paredes do meu quarto, pronta para ficar bem novamente.

Ô, mundinho...


Última parada de hoje, hora de comprar alguma coisa para a pequena que ainda não se amarra em ovos de chocolate. Ou que pelo menos eu não deixo que se amarre.

Já estava preparada para pagar os brinquedinhos quando ouvi aqueles estalidos secos, típicos de disparos de arma de fogo. Todos na loja se assustaram, mas em alguns segundos já estavam do lado de fora assuntando. Todos menos eu, que a essa altura já me refugiara no estoque.

Felizmente não era nada demais, apenas um motoqueiro idiota soltando bombinhas para assustar o povo. Com certeza porque a mãe dele não deve andar por essas bandas.

Mais notícias do coelho


O pedido dos ovos pela internet melou. Consegui um tempinho para fugir hoje a tarde e fazer umas comprinhas.
- Mamãe vai falar com o coelho, não consegui mandar e-mail. A caixa dele deve estar cheia de mensagens.
- Posso ir?
- Claro que não! Você conhece alguma criança que sabe onde o coelho mora?
- Não...
- Pois é.

Retornei umas duas horas depois, tarefa cumprida. Deixei as sacolas na porta de serviço.
- Mãe, você viu o coelho?
- Não, falei com a secretária. Nessa época do ano ele fica muito atarefado. Mas mandou perguntar se você já fez o dever de casa.
- Fiz não.
- Ih, ele vai ficar chateado...
- Vai não, mãe. Ele tá muito atarefado...

domingo, 5 de abril de 2009

Coelho na web


Estava em um site procurando ovos de páscoa para que minha filha escolhesse seus preferidos. Depois de muitas opções, e seus eleitos apontados de acordo com o brinde, óbvio, ela observou:

- Mas mãe, esse ovos são para comprar!

- Eu sei, estamos escolhendo para pedir ao coelho.

- Ah, tá. Manda por e-mail pra ele.

sábado, 4 de abril de 2009

Eita, que tô besta!


Oba, oba, oba, consegui mexer no html e alterar a configuração do cbox e da Mika! Bem que a Pat falou que faz sentido. Mas eu havia salvo um modelo do blog, só de garantia...

O bug do blog


O meu blog não sabe contar.

Quando acesso o "painel" este indica que já fz 393 postagens; mas na página inicial a soma de 2008 com 2009 totaliza a marca de 390.

E aí? Quem tem razão?

A escolha de Sofia


Ontem me deparei com duas situações distintas em que tive que priorizar uma das filhas. Lembrei-me desse filme, obviamente minha experiência enquadrada em uma escala infinitamente menor. Vi ainda criança, não me lembro de detalhes, apenas do pavor que me causou a mãe ter de escolher qual de seus filhos deveria sobreviver durante o holocausto.

Nova angústia me corroeu no episódio da tsunami, pouco depois do natal, há alguns anos. Uma mãe teve que escolher qual dos filhos pequenos soltaria na correnteza, impossibilitada que estava de aguentar os dois; optou por largar o mais velho, achando que este conseguiria se manter a tona, e felizmente todos se salvaram. Não se pode prever com quais sequelas psicológicas... Eu, na época com apenas uma filha, sofri por ela. Pensei que provavelmente não deixaria nenhum dos dois, morreríamos os três, juntos. Mas não se pode julgar e muito menos saber ao certo qual seria a reação de fato em uma situação de tamanha gravidade.

Bem, esse papo todo é muito pesado, vamos aos meus relatos, bem mais levezinhos.

Por volta das nove da noite faltou luz na minha rua e perdemos o sinal da NET. Fui para o computador, filha mais velha assistia a um DVD, a terrível atormentava a avó, presa à cama em seu quarto. De repente a energia é cortada em casa, breu total. Imediatamente as crianças começaram a gritar, cada uma de um canto. Por uma fração de segundo me bateu a dúvida de para onde correr primeiro, mas acabei socorrendo primeiro a menor, provavelmente mais apavorada. Com esta no colo fui buscar a maior, e no fim todas se acalmaram.

Já bem mais tarde, ordem e luz restabelecidas, NET ok, papai em casa apagado no chão da sala. Eu e as duas crianças na cama, uma mamando em meu colo, a outra já adormecida. De repente, cabum!!!!! A maior rola para o chão, com cobertor e tudo, e lá fica, dormindo, nem sinal de ter se incomodado com a queda. E aí, deixar a menina no piso frio, com tosse, ou largar a irmã aos berros pela separação abrupta do peito que a aconchegava? Bem, dessa vez a mais velha venceu. Não sei se foi pra compensar o episódio anterior, mas achei melhor assim.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

A escada


Felizmente sou bem resolvida. Minha filha de 1 ano me troca por qualquer pessoa em quem ela vislumbre a possibilidade de ir para a rua. Outro dia chegou ao cúmulo de dar a mão e alcançar o elevador com o corretor de seguros, que veio trazer minha apólice. O escândalo ao ser trazida de volta à casa foi ouvido em todo o prédio.

Mas o pior aconteceu no dia de sua festa. Estávamos todos envolvidos em nos arrumar; a irmã pronta, eu ajudando minha mãe, o pai entrando no banho.

Já estava começando a me vestir quando dei falta da pequena. Percorri os cômodos rapidamente, nada. Ao chegar à sala, terror total: a porta da rua estava aberta! Corri para a escada, apavorada, pois a porta que dá acesso à área de serviço, sempre trancada, também fora esquecida escancarada. Nem sinal dela em cima ou embaixo, voltei com o vestido ainda pelo meio, sutiã de fora.

- A. você esqueceu a porta aberta!!!! A K. sumiu!

Ele, calmamente, pega a toalha da Barbie da filha e se enrola. Vai direto para a escada e encontra a fujona, sã e salva, quase chegando ao andar de cima. No meu desespero de que ela pudesse ter rolado escada abaixo, só reparei no primeiro terço da que sobe, quando ela já estava quase no terceiro.

Ai, sensação de alívio... Descontei o susto com uns bons cascudos no papai cabeça oca... Portas, com essa menina, só bem trancadas!!!

Excessos


Minha filha de 5 anos passou por sua primeira semana de avaliação na escola. Não fiquei encucada, mesmo porque acho que ela ainda é muito novinha. Mas no último dia perguntei via agenda à professora como a menina havia se saído. A resposta foi lacônica e um tanto seca, acostumada que fui com "tias" mais meiguinhas: "M. foi bem. Precisa de mais tempo para realizar suas tarefas."

De fato a pequena se distrai com a maior facilidade, trabalhinhos que poderia concluir em 5 minutos muitas vezes leva mais de hora. Durante esse tempo os lápis, borrachas, o enfeite da mesa ou qualquer poeira de estrela vira personagem de suas histórias.

Sendo assim, esperava notas em torno de 7 ou 8, o que considero muito bom. Mas qual não foi minha surpresa quando recebi as avaliações hoje, num envelope de papel pardo lacrado, com as seguintes notas: língua portuguesa 9,2, matemática 9,4 e ciências, história e geografia 10! Nossa, morri de orgulho da minha pequena! Liguei imediatamente para o pai para contar, e de presente autorizei seu primeiro passeio escolar, semana que vem, ao museu do índio. Estou com medo, mas ela quer conhecer um ônibus por dentro...

Essa tia não é exigente demais??? Chaaaaaaata!!!!

A cor do discordar


A base do diálogo é ouvir e ser ouvido. Nada mais frustrante que tentar trocar ideias com alguém que não está pronto para isso.

Minha natureza é quieta, numa descrição resumida. Gosto de observar, pensar sobre o que escuto e racionalizar antes de emitir conclusões. Tudo bem, acontece amiúde do assunto já ter mudado um par de vezes até que eu processe tudo dessa forma... Mas há a vantagem de que controlo a impulsividade e seguro palavras e impressões precipitadas, que poderiam ser desastrosas.

E mais que tudo: debates perdidos, passo longe, deixo a criatura monologar só. Se percebo que inexiste o desejo de compartilhar, crescer, ouvir, não conte comigo. Mas não entendam com isso que só gosto de conversar com o espelho, não; adoro pensamentos diferentes, versões novas, centelhas de inteligência. Pessoas que se permitem expor razão e emoção e que também se deleitam em debater o desacordo. Não que com isso alguém vá mudar obrigatoriamente o modo de pensar. Apenas deixá-lo muito mais colorido...

Mais um mico musical


Parece que isso não tem fim, de vez em quando lembro de mais algum:

- Foi numa festa cheia de cuba libre... (O gelo passou longe!)

Lentamente a vida se infiltra


Passei por uma fase de cansaço mental, mas estou me recuperando. Acho que depois de uma "tempestade" em que muito foi exigido de mim fisicamente, meus neurônios resolveram tirar férias. Nada de dramático nisso, apenas as coisas estão voltando ao curso habitual, lentamente.

E há uma constatação óbvia nisso: quando deixamos de usar o cérebro por algum tempo, por menor que seja, parece que as ideias desaparecem. E foi o que aconteceu comigo, presa em casa, providências práticas a se tomar, nenhum tempo para exercitar a criatividade.

Depois da semana santa voltarei ao trabalho. E sinto falta disso... Aquela rotina de acordar cedo, encontrar os colegas de sempre, jogar conversa fora durante o café e a cada dia uma tarefa diferente a realizar. Probleminhas, pequenas discussões e divergências, outros pontos de vista, diálogos que enriquecem. E a certeza de voltar para casa, encontrar minha família... Enfim, a vida que eu sempre quis.

É verdade. Sempre desejei casa, vida a dois, filhos, trabalho estável. Tenho tudo isso. Algumas pessoas se sentem perdidas quando alcançam aquilo que tanto almejaram. Acho que minha natureza demasiado prática não me deixa entender esse tipo de coisa, pois estou constantemente querendo algo mais... Nem dá tempo de parar e pensar: "consegui, e daí?", já que novos anseios, somados aos antigos, sustentam a chama da novidade, do inesperado, acesa.

E aí? Sou objetiva demais?

Me engana que eu gosto


Menina com tosse. Resolvo trocar o xarope usual, fitoterápico, por um daqueles alopáticos barra pesada.
- Mãe, não vou tomar de jeito nenhum, só se você me enganar.
- Mas eu não gosto de te enganar. O que você quer que eu faça?
- Bota o remédio novo na caixa do antigo!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Chouriço...


Essa é homenagem a uma querida amiga há mais de 25 anos.

Fiz internato rural, experiência extremamente importante para minha formação profissional e sobretudo pessoal. Lidar com gente do interior é gratificante em todos os sentidos. Pude vivenciar o sentimento de felicidade de pessoas que se sentiam assistidas pela primeira vez. E seu modo de agradecer é presentear... Ganhei deste litro de leite a dúzia de laranja, bolo caseiro, aipim plantado e colhido por eles. E para completar a lista, uma senhora muito contente ao perder uns tantos quilos me ofereceu... Um chouriço!

Eu já sabia o que era, mas nunca tinha visto ao vivo e a cores. Aquilo passou de mão em mão entre meus colegas, equipe multiprofissional de internos da saúde. E acabou esquecido em cima da mesa da cozinha... Óbvio que foi desastre total, sangue de porco passando a noite fora do gelo. Não preciso dizer que ficou podre de dar dó e foi direto pra lixeira.

De volta ao meu aconchego, contei o ocorrido a uma amiga, que me corrigiu:
- Mas chouriço não é sangue de porco numa tripa, é uma frutinha!
- Tá doida? Da onde você tirou essa ideia?
- Ué, tinha uma frutinha vermelha que eu não conhecia na minha avó, perguntei: "o que é isso?" e ela respondeu: "chouriço..."

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sexta-feira, 20 de março de 2009

Um pouco de cada


A menina entra com um pedacinho de plástico na mão:
- Mãe, estava arrumando o quarto e olha o que eu achei: é um pouco vidro e um pouco plástico.
Fico olhando para ela, esperando a conclusão do pensamento.
- Tá vendo? Assim não dá pro vidro cortar muito, porque o plástico não deixa!
P.S.: fui pesquisar no Google imagens para "caco" para adicionar ao post, e dei de cara com o personagem fofo. Me bateu uma nostalgia e ele acabou dando uma de "penetra" por aqui...

Frescurinha

Esse final de semana vai ser uma prova de fogo para minhas unhas: tive que pintá-las hoje para a festa da minha filha na segunda. O problema é que o esmalte não dura nada em mim... Conclusão: até lá, nada de lavar louça, só usaremos descartáveis. E comprei alguns pares de luvas para quando o encontro com a água for inevitável, como em banhos.

O jantar já funcionou, potinho para a pequena, macarrão em pratos e talheres plásticos para os demais.

Ah, são só dois diazinhos....