Tenho a mania de criar historinhas na minha cabeça. Acho que toda mulher é assim. Imagino uma situação, geralmente a partir de um fato real, e dali faço diálogos, conflitos...
Ontem foi um daqueles dias em que meu marido chegou tarde e trouxe coxinhas, que eu comi pelo bico. São de uma lanchonete em Copacabana, e enquanto comia ele comentou que fica próxima a uma área onde há muitas boates e prostituição.
Aí fiz minha história: lembrei que uma amiga mora lá perto. Imaginei -a vendo meu marido por ali, de madrugada. Certamente pensaria que ele estava na farra, talvez com outra mulher. Ficaria constrangida, em dúvida se deveria me contar ou não. Dividiria a dúvida com outra amiga, conhecida minha, que a aconselharia a não comentar mais o assunto. Aí, ao me encontrar, as duas ficariam penalizadas, eu sem entender nada. Um dia, por algum motivo, eu falaria sobre as coxinhas da madrugada; as duas começariam a rir e me contariam o ocorrido, e brincaríamos sobre o tema ainda por muito tempo.
Que bobagem, né? Mas comigo é assim. A historinha pode ser boba, mas tem que ter final feliz.
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