domingo, 28 de dezembro de 2008

Programa de índio

Tenho uma amiga que adora samba, chorinho, MPB em geral. Há alguns anos, quando a Lapa começava a ressurgir como "point" dos cariocas, perdendo um pouco da sua marginalidade, ela me chamou para ir a um desses bares com música ao vivo e pista de dança, que estava fazendo muito sucesso.
Tudo bem. Não é muito a minha praia, mas quis conferir. No caminho ela me alertava:
- Cacau, tem muito travesti, não fica olhando que eles não gostam!
Ah, travesti. Tudo bem. Quem nunca viu um travesti? Eu. Pelo menos não tão sem pano...
- Pára de olhar, garota!!!!
- Mas ele tá pelado...
- Tá não, ó, tá de vestido!
- É, mas não cobre os peitos e a bunda!

Não posso deixar de confessar que fiquei de fato impressionada com o grau de exposição a que aquelas pessoas se submetem. Travesti de televisão é tudo meio drag, cheio de plumas e paetês. Ali era pura prostituição mesmo.

Bem, chegando ao tal do lugar, já foi difícil entrar. Tivemos que esperar algumas pessoas saírem para termos espaço. Só não sei que espaço... Mesa não conseguimos, passamos a noite encurraladas num cantinho da escada da casa antiga torcendo para que os garçons e suas bandejas não nos atingissem. E a música... Daquelas deprimentes, choro sofrido, samba de fossa... Depois de algumas horas do que foi pra mim um tormento, tive a coragem de pedir:
- Vamos embora?

Gente... Depois de um bom banho em que fiquei esfregando os cabelos por muito tempo, fui dormir ainda com cheiro de cigarro no nariz...

3 comentários:

Lilly disse...

Nooossaaaa.... minha baladinha agora ficou até chique depois da sua! rsrsrs... travestis semi-nus não dá.... se esfregou com álcool tb?

Cacau! disse...

Lilly, deixa de ser malvada. Álcool só em caso de bactérias e vírus.

Lilly disse...

rsrsrs.... é que isso me lembra promiscuidade...