Há umas três semanas fui a uma festa anos 70. Em um post anterior contei sobre a saga de achar fantasias.Enfim, foi muito legal, me diverti bastante. Mas hoje vou contar o que se passou a seguir.
Levei a máquina fotográfica, há muito esquecida. As fotos ficaram bem legais, as caracterizações estavam ótimas, e consegui lindas poses das crianças.
No dia seguinte pela manhã meu marido perguntou pela câmera.
- Está na parte de trás do carrinho da K., na bolsinha.
- Não está não, já olhei!
E de fato não estava... Depois de procurar por todo o carrinho, em casa e na mala do carro concluímos que ela devia ter caído da bolsinha na véspera. Puxa, as fotos estavam tão boas...
Resolvi ligar para a casa de festas, alguém poderia ter achado.
- Agora não tem ninguém da gerência, liga mais tarde.
Mocinha antipática... Liguei novamente no horário recomendado, outra moça de má vontade.
- Está começando uma festa agora, não posso falar.
- Tudo bem. Não estou interessada em fazer festa, também não há interesse em me atender direito...
Desanimei mas fiz promessa pra São Longuinho, just in case. Lá pela hora do almoço a segunda moça antipática me liga:
- Olha, acharam sua máquina, mas vem logo buscar que só vão devolver pro dono!
Que sorte! Liguei correndo pro meu marido ir buscar. Fiquei pensando que aquela coisa de devolver pro dono deveria ser brincadeira, será que teriam visto as fotos e gostado de algum dos "hippies"?
Pouco depois a menina liga de novo:
- Olha, seu marido vai demorar? A máquina foi achada na rua, a pessoa que encontrou está querendo ir embora.
Ah, tá... Deve ter caído na hora que o carrinho foi colocado na mala. Liguei pro meu marido e pedi para ele correr e dar R$50,00 para o rapaz que achou, entendi que era algum mendigo. E de fato já havia prometido dar essa quantia a alguém que precisasse caso a câmera aparecesse.
Mais algns minutos, nova chamada:
- Aqui é o perna-de-pau da casa de festas, é que o rapaz foi embora com sua máquina...
História mais sui generis. Nesse momento minha vontade foi de chorar, encontrei e perdi a danada em menos de meia hora. E na verdade o que aconteceu foi o seguinte: o tal perna-de-pau (e miolo-mole, como ficará provado a seguir) viu a máquina embaixo de um carro do outro lado da rua, mas do alto de suas pernas de pau (dá até vontade de rir...) não teve outra alternativa senão pedir a um rapaz que estacionava que a pegasse para ele. Assim foi feito, ele pegou a dita cuja, a levou para a gerente, todos viram minhas fotos, e tudo caminhava para um desfecho favorável. Só que o tal do "apanhador" continuou lá na porta perturbando o pernadepaumiolomole, que se viu compelido a voltar à gerência, pegar minha maquininha e devolvê-la ao infeliz, que só queria devolver AO DONO.
Inacreditável, né? Mas a história não termina aqui. O pernadepaunãotãomiolomoleassim devia ter ainda algumas lamparinas de seu juízo acesas e anotou a placa do carro, que ainda por cima era de uma empresa dessas terceirizadas que prestam serviço a uma determinada TV a cabo. Sendo assim, ficamos de posse também do telefone da empresa e do número do carro.
Para terminar: meu marido até conseguiu entrar em contato com o tal cara - ou ladrão, como queiram - há umas duas semanas através da empresa, e ele ficou de devolver a câmera sem garantia de que as imagens estariam preservadas , mas até agora nada. Seu celular passou a ficar fora de área ou chama e não atende.
Fico sem entender como alguém, aparentemente um trabalhador, fica bem em posse de algo que não lhe pertence, depois de ter se comunicado com o dono do objeto. E a câmera é daquelas antigas, poucos recursos, valor material quase nada. Queria mesmo minhas imagens...
Um comentário:
Fala sério?????? Que surreal! e a empresa que o cara trabalha? Vocês já pensaram em ir na delegacia? Se bem que não vão fazer nada mesmo! Mas pelo menos abria uma queixa contra o cara e sujava o nome dele (mas ele nem deve se preocupar, né? a polícia não costuma fazer nada mesmo! Mas como vc tem placa do carro, a empresa que o cara trabalha, celular dele... podia tentar!)
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