segunda-feira, 23 de março de 2009

Chouriço...


Essa é homenagem a uma querida amiga há mais de 25 anos.

Fiz internato rural, experiência extremamente importante para minha formação profissional e sobretudo pessoal. Lidar com gente do interior é gratificante em todos os sentidos. Pude vivenciar o sentimento de felicidade de pessoas que se sentiam assistidas pela primeira vez. E seu modo de agradecer é presentear... Ganhei deste litro de leite a dúzia de laranja, bolo caseiro, aipim plantado e colhido por eles. E para completar a lista, uma senhora muito contente ao perder uns tantos quilos me ofereceu... Um chouriço!

Eu já sabia o que era, mas nunca tinha visto ao vivo e a cores. Aquilo passou de mão em mão entre meus colegas, equipe multiprofissional de internos da saúde. E acabou esquecido em cima da mesa da cozinha... Óbvio que foi desastre total, sangue de porco passando a noite fora do gelo. Não preciso dizer que ficou podre de dar dó e foi direto pra lixeira.

De volta ao meu aconchego, contei o ocorrido a uma amiga, que me corrigiu:
- Mas chouriço não é sangue de porco numa tripa, é uma frutinha!
- Tá doida? Da onde você tirou essa ideia?
- Ué, tinha uma frutinha vermelha que eu não conhecia na minha avó, perguntei: "o que é isso?" e ela respondeu: "chouriço..."

Preciso comentar?

sexta-feira, 20 de março de 2009

Um pouco de cada


A menina entra com um pedacinho de plástico na mão:
- Mãe, estava arrumando o quarto e olha o que eu achei: é um pouco vidro e um pouco plástico.
Fico olhando para ela, esperando a conclusão do pensamento.
- Tá vendo? Assim não dá pro vidro cortar muito, porque o plástico não deixa!
P.S.: fui pesquisar no Google imagens para "caco" para adicionar ao post, e dei de cara com o personagem fofo. Me bateu uma nostalgia e ele acabou dando uma de "penetra" por aqui...

Frescurinha

Esse final de semana vai ser uma prova de fogo para minhas unhas: tive que pintá-las hoje para a festa da minha filha na segunda. O problema é que o esmalte não dura nada em mim... Conclusão: até lá, nada de lavar louça, só usaremos descartáveis. E comprei alguns pares de luvas para quando o encontro com a água for inevitável, como em banhos.

O jantar já funcionou, potinho para a pequena, macarrão em pratos e talheres plásticos para os demais.

Ah, são só dois diazinhos....

Como um rio


Acredito em destino. E que temos a liberdade de escolha para modificá-lo.

É como se existisse um roteiro escrito a lápis para cada um na mão esquerda e uma grande borracha na direita. A cada nova experiência temos a possibilidade de assimilar o que mais nos toca, apagando passagens desnecessárias, acrescentando outras, invertendo a ordem programada.

O conjunto de nossos pensamentos, atitudes e pequenos gestos nos torna merecedores de enfrentar situações próprias. Por isso o roteiro é uma obra aberta, uma novela. Ninguém pode prever com certeza como será a reação de uma alma única. Esta pode ser diversa dependendo do momento, do humor, da lua... E assim, as consequências são igualmente alteradas.

Gosto de pensar que cada dia é uma possibilidade. Mesmo que eles pareçam se seguir como uma infinita repetição tediosa, há detalhes que os tornam únicos e especiais.

A cada dia único e especial agradeço pelo que sou, anseio pelo que sei que ainda posso ser. E continuo a trabalhar por mim. Às vezes animada ou triste, cansada ou cheia de gás, irritada ou plácida como um lago sereno. Volúvel e constante, plena de certeza e contradição, pressa e paciência. Um pouco de cada coisa. E nunca a mesma.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Life goes on

Estou me recuperando do episódio bateria. É, na vida tudo passa.

Sei que sou humana, cheia de falhas. E me permito a cometer algumas, como mãe. Mas outras são inconcebíveis.

Quando minha filha mais velha tinha pouco menos de dois anos, vivenciamos uma situação limite, de risco, e falhei. Tive um comportamento, puro reflexo, do qual me arrependo e envergonho profundamente até hoje. Algo que me incomoda a ponto de não conseguir compartilhar. Foi imperceptível para quem presenciou, mas para mim, não tem perdão.

Enfim, a história se repetiu com a caçula. Tinha me prometido mais atenção a situações como essa, e mais uma vez não dei o devido valor aos sinais.

Uma mãe não pode achar que não vai acontecer nada. Tem que ter certeza. E agir.

Não há como se medir o amor por um filho. E o cuidado tem que ser nessa medida, ou seja, amor que não se mede, cuidado que não se mede.

Isso me fez pensar sobre preferências. Quando estava grávida pela segunda vez me perguntava constantemente se amaria as duas crianças igualmente. O tempo passado com a mais velha, o carinho construído, a história vivida me diziam que seria difícil. Mas não foi. Não sei se um dia me identificarei mais com uma que com outra, mas o espaço no meu peito é igual. Isso em situação normal de atmosfera e pressão. Pois se o calo de uma aperta, é por essa que o coração bate mais forte...

São José


Hoje é dia de São José.

Me orgulho de ter estudado em um colégio marista que leva seu nome.

Ali entre suas belas e clássicas paredes ratifiquei conceitos que eram apenas sementinhas brotando para a formação do que sou hoje.

Conheci pessoas que se tornaram referência de amizade.

Tive acesso a uma boa educação, cultivei o gosto pela leitura.

Amadureci o respeito por quem já viveu mais que eu, ou tanto quanto, ou menos, também.

Ouvi pela primeira vez a palavra "fraternidade", e pensei sobre ela.

Ali vislumbrei o meu futuro... E aprendi que poderia ser como eu o desenhasse.

Dali parti carregando enorme nostalgia.

Hoje é dia de São José.

Salve!

Rastro


Bebês são mesmo coisinhas engraçadas. A mania da pequena agora é carregar algum objeto pela casa, até achar outro mais interessante.

Começou com a camisa do pai, tentou enfiar a manga pela cabeça, se entalou. Salvei a criança, ela largou a camisa, pegou o chinelo da avó. Este ficou no quarto dela, saiu de lá com a saia da irmã. Nova parada na sala, solta saia, agarra merendeira e coloca à tiracolo. Passa novamente pelo quarto da avó e toma-lhe o celular, passeando agora com este ao ouvido: "Aô? Glhertliwik?"

No caminho ela pegou um porta-retrato com a foto da irmã. Conversou, beijou, amassou. Olhei para a cena, e pensei: "está destruindo a foto..." Olhei, pensei, e deixei. Sabe quando você está tão cansada que deixa de tomar determinadas atitudes que poderiam evitar pequenos danos? Pois é, essa sou eu, no momento.

Acho que vou ter que colocar a foto dentro de um livro pesado.

Ela acaba de chegar aqui com um envelope de papel pardo vazio. Lá vou eu catar o celular, a merendeira e o que mais tiver deixado no rastro...

Chatear ou encher?


Há uns 4 anos eu cheguei a usar um pouco o MSN. Mas parei, e tinha aquele negócio de criar uma senha com relevância. Adoro esse nome, relevÂncia, ênfase na tônica. Pois é, a minha foi tão relevante que eu esqueci. E não adianta pedir para mandar por email, também não sei qual usei. Muito menos se ainda tenho a conta.

Aí hoje dei uma pequena chateada com a Pat e resolvi fazer uma conta nova. Just in case.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Desabafo

Estou arrasada com a história da minha filha ter engolido a bateria, me sentindo a pior mãe do mundo. Não tenho nem vontade de escrever.

domingo, 15 de março de 2009

It's me, Sugar


Hoje a tarde estava assistindo a uma reprise de "Quanto mais quente melhor", acho a história deliciosa. Ao final fui dar uma fuçada na internet, gosto de ler as curiosidades, coisas inusitadas. E tadinha da Marilyn... Li no site www.adorocinema.com.br que a cena em que ela teria que dizer : "It's me, Sugar!" teve de ser repetida 47 vezes porque ela errava sempre, trocava por "It's Sugar, me" ou "Sugar, it's me"... Por fim o diretor achou melhor escrever essa dificílima frase em um quadro-negro, para que ela acertasse de uma vez.

Mas não é um detalhezinho desses que irá tirar sua majestade...

Mais uma


Eu devia ter uns sete anos quando passou a novela "Maria, Maria", e um dos temas musicais era Romaria. E eu cantava assim:

"Sou caipira pirapora nossa senhora desaparecida..."

Que fofa...

Good enough...


Essa é da série: "tem coisas que só acontecem comigo."

Era véspera de natal, 1984. Eu e uma amiga resolvemos ir ao cinema ver "Goonies". Dia de semana, achamos que a sala estaria vazia, mas até que a frequencia era boa. Estávamos com quatorze anos, eu, quieta, ela, mais saidinha.

Lá pela metade do filme, ela me cutuca:
- Cacau, o cara do meu lado tá abrindo um saquinho...
- Tá bom. Vê o filme.

Passa um tempinho, eu nem aí pro saco do rapaz. Novo cutucão.
- Ele abriu a calça!
- Para, menina, isso é coisa da sua cabeça! Eu quero ver o filme...
- Mas ele tá se masturbando dentro do saquinho!

Gente, o pior é que estava mesmo. Depois de algum tempo duvidando da garota, tirei os olhos da tela para me deparar com uma cena, no mínimo, insólita.
- Acredita agora??????
- Ai, tô com medo, vamos sair daqui...

Minha cara, ficar com medo. O que um tarado exibicionista faria num cinema cheio de crianças num dia 24 de dezembro com duas adolescentes? Jogar o saquinho e seu conteúdo na gente? Eeeeeeeeeeeca!!!!!!

Bem, nos mudamos. Mais alguns minutos, a amiga chama a minha atenção:
- Cacau, você não vai acreditar, mas tem outro homem do meu lado fazendo a mesma coisa. E sem saquinho!

Saímos rapidinho dessa vez, diante de tão desagradável coincidência, e resolvemos ficar assistindo ao filme de pé, atrás das fileiras de cadeiras. E não é que o segundo cara estava lá, bem perto da porta? Mal o filme acabou, saímos correndo, dessa vez ela ficou com medo também. Seria uma gang de tarados atacando na Tijuca?

Acho que essa foi uma das primeiras vezes que me deparei ao vivo e a cores com esse tipo de situação, que representa tão bem a mediocridade humana. Mas felizmente Papai do Céu tem me poupado desde então, e nunca mais vivi algo parecido. Muito menos em dose dupla!

Cheia de carga


A neném adora colocar tudo na boca, um perigo. Frequentemente durante o dia tenho que resgatar pequenos objetos de sua cavidade oral, mas pelo jeito ela não costuma engolir nada. Pelo menos isso é o que eu achava até ontem.

Ela conseguiu abrir o celular de brinquedo e tirar as três pequenas baterias que o fazem funcionar. Uma ela estava "chupando", a outra encontrei, mas a terceira evaporou. Vasculhei o chão, as gavetas, refiz todo o seu caminho, e nada.

Fiquei preocupada, mas ela não estava externando nenhum desconforto. Falei com o pai, que não ligou muito. Bem, continuou comendo, intestino ok, e eu de olho.

Mas de madrugada ela acordou e não queria voltar a dormir, demonstrava vontade de brincar, mas no meu imaginário ela estava incomodada mesmo. Acordei o pai:
- Olha, ela não quer dormir...
- Tô vendo. Quer brincar.
- Será que ela está sentindo alguma coisa?
- Ela não engoliu a bateria? Então, tá com carga extra...

Mamma Mia!


Qualquer situação, por pior que seja, sempre gera momentos de graça.

Minha mãe pediu para colocar o DVD de Mamma Mia!, que ela ainda não assistiu. Só que a pequenininha adora música, e foi só ouvir o primeiro acorde que já ficou de pé, ergueu os braços e começou a dançar.

- Tchau, mãe, acho que a K. vai querer ver o filme com você...
- É, só que eu não vou conseguir ver nada com ela aqui!

De fato, vim pro PC e daqui pude escutá-la gritar com a menina para que deixe de abrir as gavetas e tirar tudo que tem dentro; vi a irmã ir buscá-la pela mãozinha, me informando:
- É pra vovó poder ver o filme!

Mas acabo de vê-la passar de volta, seguindo a música, rsrsrsrs...

sábado, 14 de março de 2009

Mimos


Eu e Pat trocamos comentários sobre mimos que nos fazemos vez ou outra.

Já postei anteriormente que não sou consumista, uso roupas confortáveis que na maior parte das vezes fazem o estilo casual-light, nada muito caro. Acessórios são poucos, não tenho paciência de ficar escolhendo brincos e colares todo dia. E nem tempo.

Mas certa vez me apaixonei por uma bolsa da Victor Hugo... Passei alguns dias namorando a bichinha na vitrine, pensando se o custo valeria o benefício. Era um modelo pequeno, clássico, nada "perua", do jeito que eu gosto. Enfim, comprei. A maioria das pessoas, homens incluídos, não entende como consigo andar com uma bolsinha daquele tamanho. Mas acreditem, ali tenho tudo que preciso. E vou dizer mais: devo estar com ela há uns dois anos, pelo menos, e nesse tempo todo não me lembro de ter usado outra para qualquer ocasião. E ela ainda está com carinha de nova...

Parece que é de graça


Estava meio de bobeira e resolvi dar uma pesquisada nos pontos dos cartões de crédito, para trocar por produtos. Até me espantei com o resultado das trocas que fiz:

- 1 kit de teclado e mouse sem fio
- 1 balança mecânica de banheiro
- 1 torradeira
- 1 carrinho de feira
- 1 grill George Foreman
- 1 assadeira

Tá bom, né?

Não resisti...

Minha prima acabou de ligar pra cá querendo falar com minha mãe, de cama, fêmur fraturado.
- Oi, Cacau, a tia tá aí?
- Não, foi dar uma corridinha no Tijuca...

Garganta

Falando da Ana Carolina, lembrei de uma amiga. Trabalhávamos juntas há uns dez anos, na época em que a cantora estava estourando e começávamos a gostar dela. É uma moça bonita, alta, branquiiiiiinha e um tanto melancólica. É capaz de ouvir uma música triste e ficar sofrendo, olhando pela janela, o resto do dia. Mas quando ri, é daquelas que a gargalhada vem forte dos pulmões, boca bem aberta para que ela saia inteira. Quando percebia que ela estava entrando em um estado macambúzio, fazia uma gracinha para animá-la, geralmente dava certo.

Uma tarde de domingo estávamos deitadas cada uma num sofazinho da sala de descanso, ela querendo "sair da casinha". Aí comecei a cantar: "aprendi a me virar sozinha..." e dei um giro de 360º no sofá para ilustrar o verso, quase desabando no chão... E no fim desabamos mesmo, as duas, de tanto rir... Como é bom fazer bobeira de vez em quando!

Upgrade


Sou fã da Ana Carolina. É uma mulher inteligente, bonita, boa compositora, linda voz. E assistindo a uma entrevista sua, descobri que felizmente também tem um bom poder de convencimento.

Ela falava sobre a música Nada Pra Mim. Quando o autor lhe mostrou, os últimos versos da canção eram algo assim:

"Tinha um jogo de botão
E promessas nas mãos"

Como assim??? Um jogo de botão?

De leve, ela sugeriu um novo desfecho, e convenhamos que deu um bom upgrade:

"Tive você na mão
E agora tenho só essa canção"

Êêêêê, muito bem, dona Ana!

sexta-feira, 13 de março de 2009

Bons tempos


Esse selinho me trouxe boas lembranças.

Era apaixonada pelo Calvin e Haroldo. Minha mãe assinava O Globo quando eu era adolescente, e durante um bom tempo ler a tirinha era a primeira coisa que fazia pela manhã. Logo passei a colecionar, recortava a historinha e colava em papel A4, tudo guardado com carinho em uma pastinha cor-de-rosa.

A minha preferida era uma em que ele deixava a mãe doida (pra variar), enquanto o pai encarava a situação por trás do jornal. A mãe, estressada, desabafa: "O que foi? O Y foi seu, eu queria uma menina!!!!!!!"

Fiquei arrasada com o fim da dupla... Odiei por anos Zoé e Zezé, lia com toda a má vontade do mundo só para concluir que Calvin era infinitamente superior.

Não sei que fim levou minha pastinha... Da última vez que botei os olhos nela o papel-jornal já estava todo amarelado. A minha "sanha assassina" deve ter falado mais alto e provavelmente a pastinha e seu conteúdo desbotado foram descartados. Vou tentar me consolar com a idéia de que a essa altura não daria para enxergar mais nada mesmo...


Calvin querido!


Ganhei de presente de niver da Pat um selinho super-hiper-mega fofolete. E também é um meme, para matar as saudades. Lá vai:

1 - Ao receber o selo, listar 7 coisas que te fazem sorrir.
2 - Indicar o selo a 7 blogs que fazem você sorrir.
3 - Informar aos blogs indicados que eles receberam o selo.

Sete coisas que me fazem sorrir? Fácil!

- O sorriso das minhas filhas
- Dias de sol
- Acordar
- Ter saúde
- Dormir enroladinha no edredom em noites de frio
- Abobrinhas
- Tarefas cumpridas

Bem, continuo sem blogs para indicar, snif...

quinta-feira, 12 de março de 2009

Nada é por acaso


Hoje é meu aniversário!!!!! Amo essa data, acho que vai ser assim até eu ficar velhinha.

Aproveitei para almoçar com marido e filhas no restaurante japa que eu adoro, e que sempre dá um presentinho para a clientela, o "big day." Foi tudo muito rapidinho, mas deu para refrescar a cabeça.

No fim da tarde recebi a visita da minha prima, marido e filha, e mais tarde da "cumadi", madrinha da mais velha.

Entre um pedaço de pizza aqui, um pão de queijo ali, de repente...

- Meu dente caiu...

Não, a frase não foi proferida por nenhuma das crianças presentes, mas pelo marido da prima, muito desolado. O pior é que foi o incisivo central superior, imaginem a cena... Ele ficou de fato bem desanimado, com razão, diante da perspectiva de passar uns dois dias pelo menos com aquele sorriso desfalcado.

A noite transcorria sem maiores incidentes até a hora do parabéns. Na falta de uma velinha que marcasse meus 39 verões (opa!), peguei a de citronela mesmo, que uso para espantar o aedes. Só que meu marido, muito inventivo, resolveu fazer uma torre de fósforos sobre o bolo, que sozinho já parecia a Torre de Pizza de tão tortinho. E acendeu sua obra de arte, mesmo com todos os presentes pedindo para que não o fizesse. Cantamos parabéns rapidinho, para dar fim ao fogaréu, mas foi uma "sopração" danada sem efeito. Eu, as crianças, meu marido, e nada.

Já estava esperando o desastre, quase uma vídeo-cassetada, quando de uma única e poderosa assoprada o momentanemente desdentado deu fim à labareda.

- Viu? Foi o vento pelo buraco!!!!- disse a esposa, espirituosa...

Completei, aliviada:

Tá vendo? Se o dente não tivesse caído, a gente não teria conseguido apagar! Nada é por acaso mesmo, rsrsrsrs...

quarta-feira, 11 de março de 2009

Pudim de pão tudo de bão!


Amo pudim de pão. Como estou numa fase "prisioneira desse apartamento" resolvi fazer uns testes culinários e achei uma receita na internet. Gente, fica boooooom... No dia seguinte, então, nem se fala. Vale a pena conferir, e se deu certo comigo, é garantia de sucesso com qualquer um!

Lá vai!

Massa:

500 ml de leite
3 ovos
5 colheres de sopa de açúcar
1 e 1/2 pão francês amanhecido
- Bater tudo no liquidificador por três minutos.

Calda:

3 colheres de sopa de açúcar
- Levar ao fogo na própria forma de pudim.

Aí é só colocar a forma já com a calda em uma panela com água, grande o suficiente para que ela caiba com uma folguinha. Despejar a massa na forma e deixar em fogo alto, tampada mas com uma aberturinha para sair o vapor, por aproximadamente 20 minutos. É isso mesmo, não é para levar ao forno, é no fogão mesmo.

"Encontrei uma barata na cozinha
Eu olhei pra ela, ela olhou pra mim
Ofereci a ela um pedaço de pudim
O curioso foi que ela...
Ela disse sim!"

Baratinha esperta...

Oh, Lord!


Meu cérebro anda soltando pequenas fagulhas de memória. Aos poucos, é claro. Aí vai mais uma pérola do fundo do baú:

"Mas é você que é mal-passado e que não vê..."

Depois de todos esses anos o cara já deve estar no ponto...

terça-feira, 10 de março de 2009

Flores


Fiquei matutando sobre o comentário da Pat ao meu post "Misunderstood". Essa coisa do significado de algumas letras, como ele nos atinge, e como chega a milhares de outras pessoas. E no fundo é tudo uma questão de interpretação, algo muito individual, do sentimento que imprimimos ao que ouvimos, como cada palavra nos fala ao coração em momentos distintos.
Quando era adolescente e escutava algo com o que me identificava, pensava: "nossa, foi feita pra mim!" Hoje entendo que não necessariamente o compositor quis transmitir exatamente o sentido que captei.
Me ocorreu agora que os Beatles sempre negaram (óbvio!) que "Lucy in the sky with diamonds" fosse um retrato de uma "viagem" movida à LSD; se eu não me engano, John Lennon dizia que esse título era uma alusão a um desenho de seu filho mais velho. Alguém compra essa versão? E quem está certo? Ninguém! Ou todo mundo, vai da vontade do freguês...
Mesmo Chico Buarque nega muitas das interpretações mirabolantes que alguns críticos fizeram da sua obra, que eu tanto admiro. Se bem que acho que ele faz isso mais por charme... E também já assumiu ter se valido de uma enciclopédia para compor "Passaredo"...
E tudo pode mudar, aí está a riqueza que cada idioma carrega. Outro dia estava assistindo ao programa Altas Horas, e num determinado momento o Serginho Groissman, que recebia o Paulo Miklos, resloveu perguntar à plateia o que entendiam da letra de "Flores." Uma menina veio com a interessante ideia de que esta versava sobre o ponto de vista de uma pessoa morta, dentro de um caixão. O mais legal é que o compositor, ali presente, adorou o sentido, prometendo cantar da próxima vez pensando sob esse aspecto.
A seguir vai a letra. Concordam com a menina?


Flores

Composição: Tony Bellotto / Sérgio Britto / Charles Gavin / Paulo Miklos

Olhei até ficar cansado
De ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado
As flores que estão no canteiro
Os punhos e os pulsos cortados
E o resto do meu corpo inteiro
Há flores por todos os lados
Há flores em tudo que eu vejo

A dor vai curar essas lástimas
O soro tem gosto de lágrimas
As flores têm cheiro de morte
A dor vai fechar esses cortes
Flores
Flores
As flores de plástico não morrem

A música do dia


Esse link é para um site que diz a música que estava tocando no dia que quisermos pesquisar, como datas de nascimento, casamento, etc. Em 12 de março de 1970, por exemplo (dia muito bacana!), tocava "Bridge Over Troubled Water". Vale a pena dar uma olhada...

Ah, tirei a dica de um desses programas matutinos direcionados à mulherada que gosta de uma fofoca televisiva. Tava zapeando, hehe...


segunda-feira, 9 de março de 2009

Misunderstood


Adoro música, quando era adolescente passava os dias ouvindo rádio e tentando entender e transcrever as letras das de língua inglesa. E nessa coisa de cantar o tempo todo, passava batida por alguns pedaços, o negócio saía do jeito que eu entendia. Lembrei de alguns casos:

1- "Na madrugada a vitrola rolando, um blues, tocando de biquini sem parar..." (Acho que não estou sozinha nessa, é meio que obrigatório errar!)

2 -"Vou ser artista de cinema, o meu destino é ser e estar..." (To be or not to be?)

3 -"Escuta agora a canção que eu fiz pra te esquecer, Luiza, eu sou apenas um programador..." (A dúvida é: programas o quê?)

4 -"Eu levo a sério mas você disfarça, você me desavessa (???????) e eu nessa de horror..."(Nonsense total, culpa única e exclusiva da dicção do Djavan.)

5 -"Me dê a mão, vencer a minha estrela..."(Pelo menos a pronúncia não denuncia o furo...)

As seguintes são do meu marido e minha avó, respectivamente; são hours-concours...

1 - "E aí o amor pode acontecer de novo pra você, alpiste..." (Até hoje eu acho que ele erra só pra fazer gracinha...)

2 - "A pagar sem ver toda essa droga que já vem malhada "antena c..."(Juro que passei todo o período de exibição da novela "Vale Tudo" tentando convencê-la que não era bem isso...)

E tem uma que eu ouço, entendo, mas até hoje acho que tem algo errado:

1 -" I look at the floor and I see it needs sweeping..."

Fala sério... Cadê a poesia? Às vezes é melhor não entender.

Senso de justiça


Sempre me peseguiu a obsessão de conseguir enxergar a verdade. Mas na maior parte do tempo é demasiado complicado perceber as sutilezas que a separam da mentira.

Como julgar? Necessariamente esses dois lados se fundem de uma forma pouco maniqueísta, uma vez que quando há uma situação de divergência entre dois lados, cada um pode ter a sua versão, não menos sincera uma que a outra.

Cada pessoa entende diferentes fatos de modos igualmente diversos. E pinta as nuances com as cores que mais realçam a história a seus olhos. Muitas vezes esse é um mecanismo involuntário, que desencadeamos sem maldade.

É certo que há os que "puxam a brasa para sua sardinha", propositalmente, para merecer crédito, louros ou qualquer outro benefício que almejem. E desse modo desenvolvem uma tal capacidade para mascarar fatos que acabam por acreditar piamente em suas versões.

Mas e quem está de fora, como saber? Fico pensando como fica a consciência de defensores, promotores e, sobremaneira, juízes. Precisam defender culpados, condenar inocentes e julgar qual o lado mais coerente de cada querela. Tenho certeza que se eu tivesse escolhido qualquer uma dessas carreiras iria viver assombrada pela dúvida a cada novo caso.

domingo, 8 de março de 2009

8 de março de 1857


"8 de março de 1857: ataque incendiário da polícia causa morte de cento e vinte e nove operárias da fábrica Cotton, em Nova Iorque, que reivindicavam melhores condições de trabalho."

Penso que esse fato não deveria servir de estopim para comemorações. Apenas de homenagens a elas.

Epifania


Sábado, 7 de março. Dia memorável.

Minha filhas passaram cada uma para um novo ciclo de vida neste dia. De uma certa forma, as duas estão se desgarrando de mim. E isso é bom.

A pequena, pelas mãos do papai, ensaiou seus primeiros passos sozinha. Já se sustentava de pé por poucos segundos há algum tempo, mas a caminhada rumo ao futuro começou ontem. Momento, para ela, de ver as coisas sob uma nova perspectiva, entrar de vez nesse mundo "bípede". Nada melhor que enxergar nos seus olhos a alegria da conquista e da descoberta.

E a mais velha passou sua primeira noite fora de casa. Já havia comentado antes sobre a minha dificuldade em deixar minhas filhas com outras pessoas, sair, então, nem pensar. E dormir fora? No way!!!! Bem, tive que rever meus conceitos. Minha prima já tinha me pedido outras vezes para que ela fosse passar a noite em sua casa com sua filha de 10 anos, as duas se adoram. Estava adiando a permissão até ontem com uma série de desculpas, mais para mim que para ela. Mas somei o meu cansaço à falta de opções de diversão que tenho proporcionado às crianças e deixei, sem pensar... Foi até bonitinho vê-la procurar a pasta de dente para colocar na mochilinha básica que preparei, juntar mais de dez DVDs para assistir com a prima e sair, orgulhosa de ser uma mocinha agora, deixando papai e mamãe para trás.

Devo dizer que a casa ficou vazia... Até a pequena foi ao quarto da irmã procurá-la. Mas minha alma ficou cheia, cheia de orgulho das minhas meninas. E de mim também, ora essa!

sábado, 7 de março de 2009

Surprise, surprise


Minha avó paterna criou um irmão mais novo como filho depois que seus pais morreram. Ele cresceu, foi morar nos Estados Unidos, casou, teve filhos. Os mais velhos acho que ela nem chegou a conhecer, mas o mais novo, fruto de um segundo casamento, ela adorava.

Tive pouco contato com ele, mais quando era pequena e eles vieram morar em São Paulo. Algumas vezes apareciam em Niterói para ver a família, principalmente minha avó, que já estava ficando velhinha. Meu lado paterno sempre foi muito especial, e tinha uma afinidade com o menino, que eu pouco via, mas era da minha idade.

Minha avó faleceu há uns quinze anos, e o contato com o que restou da família foi se perdendo ao longo desse tempo. Mas os milagres do orkut... Meu primo herdou o sobrenome de meu bisavô paterno, um tanto incomum, e pesquisando no site achei seu filho adolescente! Conclusão: retomamos contato, enviamos e-mails, contamos sobre nossas vidas, lembramos do passado. Ele tem dois filhos, um rapaz e uma menina muito fofa, de vez em quando trocamos mensagens.

Mas a melhor susrpresa tive esta semana... Ele é músico, e me mandou um de seus CDs de presente. Eu achava que era instrumentista, mas na verdade toca violão e canta também. Passei a noite encantada, meu primo tem talento de verdade. Adorei ouvir sua voz e seu violão, pensei em como minha avó ficaria orgulhosa. A seleção das músicas também foi excelente: Beatles, Erick Clapton, Chico Buarque, Caetano, Cat Stevens... Cantei e dancei com ele. Puxa, meu primo é artista, amazing!!!!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Antigas novidades


Fui uma menina quieta e tímida. Mas como toda criança normal, também aprontava das minhas, principalmente quando em "boa companhia".

Engraçado mesmo foi ver a cara surpresa de minha mãe outro dia, enquanto contava minhas peripécias bobinhas a uma amiga. Ela, acostumada que é a lembrar de mim pacífica em frente a uma televisão, entendeu como novidade os relatos das vezes em que toquei campainhas e saí correndo ou joguei água nos pedestres pela janela, escondidinha atrás da cortina.

Viu? Há sempre fatos novos a se descobrir sobre pessoas próximas. Isso não é legal?

História triste, vida real


Não consigo deixar de comentar sobre a menina de 9 anos violentada pelo padrasto e grávida de gêmeos. Me causa profunda tristeza pensar nos danos físicos e psíquicos que essa e outras tantas meninas enfrentaram, e as marcas que esse ato tão infeliz deixará para sua vida. Mas o que mais me entorpece é a reação do arcebispo de Olinda, cujo nome não me interessa reproduzir aqui.

Me ocorrem algumas questões: esse senhor conversou com a menina, vítima? Pensou em seu corpinho de criança, cerca de 30 Kg, abrigando mais duas num útero ainda em formação? Que a probabilidade de que os três, mãe-menina e bebês, morressem era muito grande? O que diria o senhor arcebispo então, que era essa a vontade de Deus?

Há muitos que se arvoram no direito de propagar essa tal vontade de Deus, mas não usam o tom da concórdia, da compreensão, do respeito e do amor em seus discursos. Aparecem na mídia com o pretexto de defender a doutrina católica de uma forma arcaica e retrógrada, sendo que mais importante que tudo isso são as pessoas que integram a Igreja. Vale conversar, aconselhar, entender, perdoar; nunca julgar, muito menos condenar. Voltamos à Inquisição?

Faltou amor. Que pena. Que a vida tenha mais compaixão com o senhor arcebispo.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Momento perfeito

Não sei se vou conseguir expressar o que senti.

Ainda morava em meu antigo apartamento, minha filha devia ter uns dois anos. Estava de maria-chiquinha, um dos lados quase desfeito, o outro cheio de cachinhos. Me lembro de estar no quarto e ela entrar para me pedir alguma coisa. Levantei e ela me estendeu sua mãozinha pequena e delicada, segurou a minha com força e se distraiu, se deixando levar por mim.

Tive nesse momento uma sensação de força e perfeição nunca antes experimentada. O caminho até a cozinha pareceu durar uma eternidade naquele apartamento minúsculo, e ao chegar ao nosso destino não queria soltá-la, ou aquela magia iria passar.

Constantemente me lembro desse dia. E até hoje não consigo entender ou explicar a felicidade que ficou congelada e perpetuada ali.

Onde eu não tive vez


Estou me sentindo muito burra.

Ontem assisti a "Onde os fracos não têm vez". Noooooossa, detestei. Uma carnificina orquestrada por um psicopata às voltas com um caçador retardado. Fiquei o tempo todo esperando o confronto entre os dois, e... Total anti-clímax! O xerife, Tommy Lee Jones, que eu adoro, nada acrescentou.

Quando entraram os créditos, fiquei esperando que algo mais acontecesse. Estou esperando até agora.

Mas estou me sentindo burra. As críticas são ótimas. Posso até não ser burra, mas estou contra a corrente...

Histórias podem ser reescritas


Vou aqui fazer mais um exercício de sinceridade. Nunca gostei de minha avó materna. Desde pequena percebia nela pouco afeto e muita crítica para mim, comparações com minhas primas mais velhas e outras crianças onde eu sempre era a mais "bicho-do-mato", "boba", etc. Sendo assim, meu olhar também era muito mais crítico que amoroso em relação a ela.

Já adulta, sentia um abismo entre nós. Mas o destino fez com que no fim da vida ela precisasse da família e de mim também. Não acho que tenha feito muito, fiz o que achei que seria minha obrigação como neta. Quando pensava em nossa relação, com uma certa tristeza, chegava à conclusão que nosso acerto de contas ficaria para depois, outra encarnação, talvez.

Minha filha mais velha nasceu um ano após sua morte, acho que ela foi programada um pouco por necessidade minha de renovação de vida. Nasceria até o dia 12 de agosto, mas o receio que nascesse junto com minha avó, no dia 9, me fez programar o parto para o dia 8. Como tudo acontece como tem que ser, entrei em trabalho de parto dia 7 a noite e ela nasceu dia 8 mesmo, pela manhã, como quis a natureza.

Hoje estou tendo a oportunidade de me dar uma chance, chance de recomeço. Chance de deixar fatos amargos no passado e olhar para a frente de um modo novo. Não está sendo fácil, mas é possível a partir do momento em que me permiti. Não quero mais nada por obrigação, só por amor. Quero reescrever a minha história a cada dia, lentamente, mas de forma sólida. No final, se é que há um, quero olhar para trás e sorrir satisfeita por ter feito isso por mim.

terça-feira, 3 de março de 2009

Guerra dos Mundos


Só tenho uma coisa a dizer. Chato. Esperava mais. E se eu não tivesse dormido no meio?

Fofolete


- Mãe, eu te amava antes de nascer.
- É? E onde você estava?
- Na cidade das crianças que ainda não nasceram.
- Onde fica?
Aponta com o polegar: - Lá em cima! Olhei de lá e escolhi você...

Que beleza de frente fria...

Não é só o cansaço que me tira as forças. O calor no Rio de Janeiro está insuportável. Não sou dada a exageros, mas a impressão que tenho é de não ter experimentado um calor sufocante como esse antes.

A coisa está tão séria que hoje fiquei desanimada com a rapidez de atendimento no banco em que esperei na fila, sentadinha, e no ar-condicionado. Foi só uma pequena pausa antes de sair correndo para buscar a filha na escola. Tive a impressão de ter que deixar o oásis e voltar ao deserto.

Também já desisti de beber água gelada. O volume em que a consumimos não permite que a pobre geladeira trabalhe a contento.

Deixar o ar ligado é coisa de doido. É um tal de criança entrando, criança saindo, porta aberta pra lá e pra cá. A coisa só acalma na hora de dormir. Aí é bom, dá até pra sentir um friozinho... Quando vem a próxima frente fria, hein?

SNC?


- Puxa, M., não faz bobagem, eu não gosto de ficar brigando com você!

- Ah, mãe, é o sistema nervoso central do meu cérebro que me faz ser assim...