quinta-feira, 16 de abril de 2009

Cheiro de ontem


Morei a vida toda no coração comercial da Tijuca. Me acostumei a dormir ao som de carros passando, buzinas, burburinho de pessoas indo e vindo o dia todo, apito de guardas de trânsito.

Há dois anos me mudei para uma rua tranquila a dois quarteirões do endereço anterior. É bem perto do movimento, mas por ser uma rua apenas residencial, tem característics próprias.

Agora a pouco estava na janela chamando minha filha mais velha, qua brincava com a amiguinha no andar de baixo. Vi parado ao portão o padeiro que passa de bicicleta por aqui diariamente, buzinando pela manhã, a tarde e a noite. De vez em quando pensava em pará-lo e provar um bolo ou pão doce, mas até hoje ainda não havia feito isso.

Quando a menina subiu me pediu pão com queijo. Ultimamente não temos comprado pão francês, então corri para a janela para ver se o menino ainda estava lá.
- Você pode subir e me trazer quatro pãezinhos?
- Cinco!
O pedido de mais um foi da minha filha, sempre querendo dar a palavra final.
- Pode ser cinco, moça?
- Pode...
- E a senhora não quer um bolo de abacaxi?
Vi que era o último do cesto.
- Tá bom.

Quando o rapaz se despediu, oferecendo pão fresquinho quando eu quisesse, fiquei com uma agradável sensação no peito de velhos tempos; negociação pela janela de casa, criança brincando na vizinha... Agora só falta deixarem a garrafa de leite na porta amanhã de manhã!

4 comentários:

Lilly disse...

eu ia comentar isso mesmo... que parece coisa de antigamente ou cidade muito do interior...

carla disse...

mas você nem viveu esta época...

Cacau! disse...

É o tipo de coisa que vovó contava!

carla disse...

eu estava aqui pensando, melhor que criança brincando na vizinha era criança brincando na rua (este tempo eu ainda peguei quando era bem pequena!). Hoje em dia nem na pracinha dá para as crianças brincarem, né?