segunda-feira, 27 de abril de 2009

Woman thinking


- A Glória Maria era tão antipática, o Fantástico melhorou muito depois que entrou a Patrícia Poeta.

Essa deve ter sido pelo menos a quinta vez que escutava meu marido fazer o mesmo comentário. Dessa vez me chamou a atenção.

- Que tanto você fala nessa Patrícia Poeta?

- É que quando falo você nunca responde nada...

Vi que ele tinha razão. Muitas vezes quando convivemos de muito perto com alguém achamos que a pessoa tem de entender nossos silêncios, expressões faciais, os desejos mais íntimos. Compreendi que a cada vez que ele repetia a frase, eu ficava quieta avaliando qual era minha opinião sobre o assunto. Sem chegar a uma conclusão, nada dizia. E lá no fundinho do meu cérebro devia morar a certeza de que ele conhecia o teor de meus pensamentos. Ledo engano. Felizmente!

Agora aprendi. Sempre que ele fala algo esperando minha opinião, que às vezes demoooooora, aviso:

- Peraí, tô pensando!!!!!


domingo, 26 de abril de 2009

Meninos


A neném estava mamando, um amiguinho da irmã de cada lado.

- Tia, tem leite aí?

- Tem.

- Ela gosta?

- Gosta.

- Mas vem de onde?

- O corpo das mães faz.

- Ah... Mas vem assim puro, sem açúcar, Toddy, Nescau?...

sábado, 25 de abril de 2009

Eu mereço?


Tive que brigar com meu marido após dois dias sonhando com ele.

O primeiro até relevei; neste ele me trocava pela Grazi Massafera, enquanto eu ficava perguntando: "mas e o Cauã?"

Mas o outro é a cara dele... Estávamos saindo para comprar um carro para mim, zero. Lá ia eu toda contente quando ele propôs:

"Vamos naquela loja ali, chegou um carrinho que é a sua cara..."

E eu segui toda crédula para dar de cara com um fusquinha branco todo empoeirado...

Acordou a base de cascudos, merecidamente.

Nostradamus


Outro dia assisti a um documentário sobre Nostradamus. Suas visões (ou não) sempre me fascinaram, lembro do meu medo quando criança ao ouvir que faltavam pouquíssimos papas para o mundo acabar.

Mas interessante mesmo foi uma passagem sobre Catarina de Médicis. Ela tinha sonhos repetidos com uma morte pavorosa de seu marido Henrique II, rei da França, e se espantou ao ler uma quadra do vidente que descrevia a mesma cena que ela sonhava. E de fato seus temores se realizaram quando durante um torneio o rei foi ferido com uma grande farpa da lança de um cavaleiro, que perfurou-lhe o olho, atingindo o cérebro.

O mais bizarro vem a seguir: como os médicos não sabiam o que fazer para tentar salvar o rei - que pasmem, continuava vivo! A rainha teve a singela idéia de mandar decapitar alguns prisioneiros para que se fizessem os experimentos em seus olhos... Tudo muito normal... Como se fazia nos campos de concentração.

O pior é que na verdade ninguém conseguiu arrancar as farpas sem que o globo ocular e parte dos miolos pulassem, e o rei acabou morrendo após agonizar por alguns dias. E eu fiquei aqui impressionada com os pobres que morreram em nome da ciência...

terça-feira, 21 de abril de 2009

Missing


Há umas duas semanas perdi meu chaveiro. Dei à minha empregada para que ela abrisse a porta de serviço do andar e não vi mais. Disse ela ter me devolvido, mas essa lembrança simplesmente não existia na minha mente.

Bem todos na casa foram envolvidos na procura, até minha mãe em seu andador. Relutei em fazer cópia de tantas chaves, e fucei cada canto da casa.

Na última sexta desti e mandei fazer um novo molho pra mim. Mas fiquei com a sensação que bastaria isso para que o desaperecido desse o ar da graça.

E não deu outra. Ontem fui recebida pela minha filha com o sumido na mão.
- Mãe, olha o que eu achei! Estava na caixa do meu jogo de amarelinha.

Não preciso nem dizer quem botou lá, né? Uma certa pequena que anda com o costume de guardar tudo em qualquer lugar.

- Puxa, M., bem que você podia ter brincado de amarelinha antes...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Haja paciência


Olha, o dia de intem foi mesmo movimentado. Começou com incêndio na garagem e continuou com passagem pela emergência ortopédica. Mea culpa, prendi a mão da neném na porta. Ai, que dor... Nela e em mim, que fiquei sem coragem de olhar, apelei para o pai. Ele rapidamente colocou gelo, movimentou os dedinhos e saiu com ela para distraí-la. Fomos todos para o hospital, mas felizmente não houve fratura.

Seguimos então para um chá de lingerie, e no caminho passamos por uma lanchonete que tem uns salgados deliciosos. Minha filha mais velha começou a reclamar:
- Tô com fome...
- A gente vai pra uma festa, na volta passa aqui.
Mas a festa se revelou um verdadeiro programa de índio para as crianças, que ficaram no play com o pai enquanto eu assistia a apresentação de dança do ventre e técnicas de sedução em meio a calcinhas comestíveis, algemas cor-de-rosa, creminhos de todos os tipos e outras cositas.
- Mãe, tô com fome, quero uma coxinha gigante!
- A gente já vai...
- Mas eu quero uma coxinha do meu tamanho!

Isso durou o tempo que permanecemos por lá, consegui fugir depois que o bolo foi servido. Meu marido, com dor de cabeça após tantos "eventos graves" em menos de 24 horas, não queria desviar.
- Que coxinha que nada, faço um miojo pra você em casa.
- Ah, não, pai, quero coxinha.
Diante de tanta insistência da garota que acha que comer é tempo perdido, ele se convenceu. Deu a volta, e comprei oito coxinhas e dois croquetes.
- Hum... Tô sentindo cheiro de coxinha.
- Claro que está, mamãe não foi comprar pra você?
- É que gostar mesmo, eu gosto de bolinha de queijo. Mas se você só trouxe coxinha, tudo bem, eu como...

domingo, 19 de abril de 2009

19 de abril


Mas agora ele só tem o dia 19 de abril...

Dia do índio. Com todo o meu respeito a cultura indígena, não pude deixar de me espantar com matéria da Folha Online que transcrevo em parte a seguir. Trata do julgamento do senhor administrador da Funai em Manaus, que apoia índios ianomâmis que tentam retirar do hospital uma criança de 1 ano e 6 meses com hidrocefalia, pneumonia e tuberculose.

Em nota à imprensa, o administrador da Funai em Manaus, Edgar Fernandes Rodrigues, afirma que em uma maloca ianomâmi as atividades domésticas competem à mulher e que, se ela gerar um filho deficiente, é permitido o infanticídio.
"Gerar um filho defeituoso, que não terá serventia [...], é um grave 'pecado', pois este não poderá cumprir o 'seu destino ancestral", diz a nota.
Rodrigues afirma que a"Funai respeita e acata a decisão da mãe da criança ianomâmi de interromper o tratamento médico de sua filha e levá-la para maloca. Perderemos uma vida, sim, mas temos a certeza de que outra será gerada."

Como assim, perderemos uma vida e tudo bem? Tudo bem se permitir o infanticídio? Senhor Edgar, se a menina fosse sua filha, o senhor concordaria com essa sandice?

Felizmente a Vara da Infância e da Adolescência de Manaus decidiu por manter a menina internada. Uma decisão pela vida.

Uau...


Dia para entrar para a história. Fiz meu primeiro arroz sem queimar, salgar ou empapar. Amazing.

Fogo!


Lá pelas cinco da manhã de hoje acordei com a neném chorando. Ainda meio atordoada ouvi uma confusão de vozes que pensei vir da TV da minha mãe. Logo em seguida ela entrou em meu quarto pilotando o andador:

- Filha, está pegando fogo lá embaixo!

Nossa, que susto! Meu marido levantou num pulo e já me preparava para pegar as crianças e minha mãe quando ele me segurou:

- Não, você fica!

Na verdade era um dos carros de um morador do quarto andar. Ficamos na janela do quarto da minha mãe, que dá para a parte interna do prédio, e o cenário era mesmo de assustar. Ouvi os gritos que pediam para que alguém ligasse para os bombeiros, e corri para o telefone. Na confusão, fiquei alguns segundos olhando para o aparelho em minhas mãos sem lembrar qual botão apertar. O número me veio fácil à cabeça, esta semana estudei para a prova de renovação de habilitação e assisti a um treinamento da brigada de incêndio no trabalho. Caramba, mas o 193 só dava ocupado! Algumas tentavivas e atende uma voz sonolenta:

- Alô...

- É do corpo de bombeiros? Tem um carro pegando fogo aqui na rua C.B.!

- Ah, é um carro? Tô indo.

E desligou na minha cara. O Tico e o Teco demoraram um pouquinho para concluir que provavelmente outra pessoa já teria avisado do fogo e dado o endereço.

Enquanto isso podíamos ver e escutar o nervoso dos homens tentando acionar a mangueira do prédio e os estalos de algo que parecia vidro quebrando (depois soube que eram as telhas próximas que não aguentaram o calor), enquanto a fumaça subia em quantidade, enchendo principalmente os apartamentos de fundos mais baixos.

Saí com a pequena da janela de trás e fui para as da frente, e abri para deixar a fumaça que já enchia o apartamento sair. A menina mais velha dormia tranquilamente, sem suspeitar da confusão. Felizmente, provavelmente ela teria ficado bastante assustada.

Pior mesmo foi ouvir alguém gritar sobre o risco do fogo atingir o gás. Nossa, como a pânico deixa a gente meio besta! Achei que era da tubulação do prédio que falavam, mas na verdade o perigo era o cilindro de gás natural do próprio carro, instalado na traseira.

Pareceu uma eternidade para os bombeiros chegarem, e de fato demoraram mesmo, a sorte é que um vizinho da rua, que é bombeiro, veio ajudar. A mangueira do prédio, inicialmente sem pressão de água, funcionou bem, e os brigadistas não tiveram muito que fazer.

Logo meu marido subiu contando que provavelmente houve uma pane na parte elétrica do carro, que ficou destruído. O dono estava meio em estado de choque, e para completar, não tinha seguro... Fiquei surpresa, era um automóvel desses grandes, novo, tipo pick-up, que eu não me atreveria a encostar o dedo enquanto não estivesse coberto. Mas parece que o seguro é muito caro. É o tipo de coisa que não entendo. Melhor ter um carro mais barato, que eu possa assumir todas as despesas, que ter um de luxo que eu não possa arcar com elas. E ficar no prejuízo total. Total não, pois graças à Deus, ninguém se machucou.

Agora só resta limpar os apartamentos que ficaram imundos. Minha vizinha de porta estava arrumando forças para começar. E trocar as calhas de proteção das janelas da frente do meu carro que derreteram. Era o único estacionado perto do que estava em chamas, felizmente o prejuízo foi mínimo.

Mas eu que fiquei zureta de vez. Acabei de ouvir meu amigo padeiro buzinar e pedi quatro pãezinhos. Ele ficou assustado quando dei seis reais para pagar a conta.

- Não, moça, é R$ 1,20!

- Ih, fiz conta a R$1,50 cada...

- Assim eu ia ficar rico!

É. Acho que o incêndio cozinhou meus miolos.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

A outra história


Assisti ao filme "A Outra" por acaso, parei nele enquanto zapeava. A história versa sobre o já batido tema "Henrique VIII e suas mulheres" mas sob um novo ponto de vista. Eu nem sabia que ele havia tomado como amante primeiro a irmã mais nova de Ana Bolena, Maria, com quem teve o tão desejado filho varão. Teve mas desprezou, já fascinado pela mais velha.

Logo no início tomamos conhecimento da ambição desmedida da família das moças, capaz de orquestrar o envolvimento do rei com a jovem Ana, a custa de sua dignidade, em troca de favores e regalias. Sou particularmente fascinada por essa passagem histórica, a rainha dos mil dias, inteligente, manipuladora e decapitada.

Mas fiquei viajando em uma das cenas. O rei visita as terras dos Boleign para ter seu interesse despertado por Ana, o que de fato acontece. Mas a moça abusa de sua impulsividade e acaba provocando um pequeno acidente que faz com que o rei se veja sob os cuidados de Maria, recém-casada, tímida e ingênua. Pronto, aí tudo desanda.

Me ocorreu que sem este incidente provavelmente Ana e Henrique teriam se tornado amantes, e ela acabaria por conseguir um casamento com algum nobre ao ser preterida, como era a intenção inicial da família. Mas o desenrolar dos fatos a leva à corte francesa, de onde volta ansiando por mais, não se contenta com nada menos que a coroa, e assim provoca o rompimento da Inglaterra com a igreja católica.

É, essa moça fez história. Sua força era tanta que, mesmo acusada de incesto e traição e condenada a morte, conseguiu convencer o rei a trazer um carrasco da França para ser executada com a espada e não com o machado, alegando que uma rainha não deveria se curvar diante de ninguém.

Por mais que saiba que é impossível, sempre que leio sobre Ana Bolena ou vejo algum filme sobre ela, torço para que sobreviva... Nonsense total.




O que não tem solução...


Dois feriados semana que vem. Pela primeira vez estou com uma certa vergonha da situação. Tenho até muita simpatia por São Jorge (salve, Jorge!), mas se o município, estado ou o país parar em todo dia santo não se trabalhará mais no Brasil.

O pior é que semana que vem acontecerá a tentativa de recertificação do instituto em que trabalho, e a comissão internacional não está nem aí para as pegadinhas do nosso calendário. Conclusão: avaliações e visitas normais de segunda a sexta, eu sem poder comparecer na terça e na quinta por não ter quem fique com minha mãe e as crianças. Meleca de sentimento de culpa.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Cheiro de ontem


Morei a vida toda no coração comercial da Tijuca. Me acostumei a dormir ao som de carros passando, buzinas, burburinho de pessoas indo e vindo o dia todo, apito de guardas de trânsito.

Há dois anos me mudei para uma rua tranquila a dois quarteirões do endereço anterior. É bem perto do movimento, mas por ser uma rua apenas residencial, tem característics próprias.

Agora a pouco estava na janela chamando minha filha mais velha, qua brincava com a amiguinha no andar de baixo. Vi parado ao portão o padeiro que passa de bicicleta por aqui diariamente, buzinando pela manhã, a tarde e a noite. De vez em quando pensava em pará-lo e provar um bolo ou pão doce, mas até hoje ainda não havia feito isso.

Quando a menina subiu me pediu pão com queijo. Ultimamente não temos comprado pão francês, então corri para a janela para ver se o menino ainda estava lá.
- Você pode subir e me trazer quatro pãezinhos?
- Cinco!
O pedido de mais um foi da minha filha, sempre querendo dar a palavra final.
- Pode ser cinco, moça?
- Pode...
- E a senhora não quer um bolo de abacaxi?
Vi que era o último do cesto.
- Tá bom.

Quando o rapaz se despediu, oferecendo pão fresquinho quando eu quisesse, fiquei com uma agradável sensação no peito de velhos tempos; negociação pela janela de casa, criança brincando na vizinha... Agora só falta deixarem a garrafa de leite na porta amanhã de manhã!

Ai, que saudades do Cesinha...


Sem comentários. Quem é servidor municipal do Rio de Janeiro sabe do que estou falando.

Gentileza gera gentileza


Ao sair do trabalho hoje dei uma desviada para fazer compras. Cansada, acabei preferindo voltar de táxi. Vim quieta, pensando na vida, sem muito conversar com o motorista. Chegando ao destino, dei uma nota de R$ 50,00 para pagar a corrida de R$ 15,00.

- O senhor quer cinco reais?

- Não precisa não...

E me devolveu uma nota de vinte e três de cinco.

Me vi com aquela quantidade de dinheiro trocado e propus uma troca:

- O senhor não quer ficar com quatro notas de cinco reais e me dar uma de vinte? Ando muito de táxi e está bem difícil conseguir troco...

Ele aceitou na hora, concordando comigo.

Subi, e ao chegar em casa percebi que havia esquecido a sacola no carro. Ai, que vontade de chorar... Passei por algums lojas para comprar o que precisava, e lá se fora o meu tempo perdido. Mas tudo bem, fazer o quê. No dia seguinte teria que repetir o percurso.

Já estava me conformando quando toca o interfone, e para a minha surpresa era o motorista de táxi!!! Pela janela pude vê-lo conversando com vizinhos, provavelmente agradecendo por terem informado o meu apartamento. Desci feliz da vida...

- Puxa, obrigada, que gentileza a sua ter vindo entregar a sacola!

- É, já estava longe quando vi. Mas voltei porque a senhora parece uma boa pessoa.

Fiquei me perguntando se o fato de ter oferecido o dinheiro trocado a ele ajudou em sua decisão tão simpática de me devolver os pacotes sem saber seu conteúdo. Prefiro pensar que sim. E confiar não só na natureza humana, mas também que gentileza gera gentileza...

Opa! Acabo de me dar conta que este é o meu post de número 400. Que bom comemorar essa marca com uma mensagem otimista! E agradeço às minhas três leitoras pela preferência, rsrsrs...

Dispostivo de retenção


Bom, é sabido que adoro coincidências. Aí vai mais uma.

Estava estudando para aquela provinha boba de renovação da habilitação para quem dirige desde antes de 1998. Empaquei no termo "dispositivo de retenção" de uma das questões do simulado, relativa ao transporte seguro de crianças em automóveis. Fiquei imaginando as pobres amarradas aos bancos traseiros, como pacientes contidos aos leitos hospitalares por perda de lucidez.

Nesse meio tempo chega em casa uma encomenda que havia feito pela internet, uma cadeirinha para minha filha mais nova andar de carro. Distraidinha, pensando na prova, dou uma olhada para a caixa a minha frente e numa baita tarja preta leio: "dispositivo de retenção"! Adorei, mesmo me sentindo um tanto idiota por não ter ligado o nome a pessoa antes. Melhor ainda foi ter acertado a questão sobre o tema, que de fato caiu na prova...

domingo, 12 de abril de 2009

Um milímetro distante

Passei tão perto da felicidade total

Que quase pude tocá-la

Pequenos detalhes muitas vezes são o suficiente

Para mudar o curso de uma história

O que poderia ser calma vira um mar agitado

Calma, calma... esse é o desejo da minha alma

Me canso, às vezes me consolo

Com o pensamento de que tudo ainda vai dar certo

Ô, se vai!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Êxe não!


Minha filha estava com um ano e oito meses em sua segunda páscoa. Foi nessa época que comecei a reparar que algumas vezes tentamos realizar desejos nossos nos filhos.

Quando criança adorava ler as revistinhas do Maurício de Souza, principalmente as da Mônica. E como queria um coelhinho igual ao dela, batizado de Sansão já depois de alguns anos de vida. Enfim, quando lançaram a pelúcia do bicho, eu já estava pra lá de adulta, mas fiquei encantada. Com a menina pequena, pensei em presenteá-la na páscoa, ela iria adorar.

Então certo dia entramos em uma loja de brinquedos. Ela já estava naquela fase de querer mexer em todos, maravilhada com a variedade de cores, bonecas, joguinhos. Pegava, abraçava, arregalava os olhinhos:

- Que lindo, mãe!

Animada, avistei meu objeto do desejo e coloquei na sua frente. Ela segurou a caixa, deu uma boa olhada, avaliou e sentenciou, séria:

- Êxe não.

Devo ter ficado alguns segundos parada, boca aberta. Como assim??? Era o Sansão!!!

Nesse meio tempo ela já havia retornado ao chamego com as prateleiras abarrotadas, rindo, feliz, a cada descoberta. E eu de vez em quando fazia nova tentativa, introduzindo o coelho discretamente no seu caminho. Mas a reação era sempre...

- Êxe não.

Fazer o quê, né. Me conformei e nem lembro mais qual foi o presente eleito. Até que no ano passado, com 4 anos, me pediu a Dalila, versão feminina e cor-de-rosa do original. Ainda tentei:

- Olha o azul, que bonitinho...
- Não. Quero a rosa.

E foi a última tentativa, desisti. Até que outro dia....

- Mãe, você compra pra mim o Sansão?
-Ah, esse não!!!!!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Caminhando nas Nuvens


É engraçado como determinadas coisas nos remetem a acontecimentos, datas passadas.

Em 1997 resolvi perder peso, e entrei em uma rotina severa de restrição alimentar e atividade física. Com isso emagreci rapidamente, mas acabei doente. Fui a um clínico que me assustou com possibilidades de problemas sérios, e ainda debilitada fiz uma ultrassonografia.

Felizmente esta nada revelou de grave, e fraquinha, estômago embrulhado, voltei para casa no final da tarde. Minha mãe me pôs na cama e trouxe um lanche, cream-cracker com polenguinho, que degustei lentamente embaixo das cobertas, assistindo ao filme Caminhando nas Nuvens. Achei tão lindo... História cheia de poesia, uma fotografia encantadora e o fofo do Keanu Reaves moleque.

Sempre que estou zapeando e encontro esse filme, paro para ver novamente e lembro desse dia, da agradável sensação de alívio que experimentei entre as quatro paredes do meu quarto, pronta para ficar bem novamente.

Ô, mundinho...


Última parada de hoje, hora de comprar alguma coisa para a pequena que ainda não se amarra em ovos de chocolate. Ou que pelo menos eu não deixo que se amarre.

Já estava preparada para pagar os brinquedinhos quando ouvi aqueles estalidos secos, típicos de disparos de arma de fogo. Todos na loja se assustaram, mas em alguns segundos já estavam do lado de fora assuntando. Todos menos eu, que a essa altura já me refugiara no estoque.

Felizmente não era nada demais, apenas um motoqueiro idiota soltando bombinhas para assustar o povo. Com certeza porque a mãe dele não deve andar por essas bandas.

Mais notícias do coelho


O pedido dos ovos pela internet melou. Consegui um tempinho para fugir hoje a tarde e fazer umas comprinhas.
- Mamãe vai falar com o coelho, não consegui mandar e-mail. A caixa dele deve estar cheia de mensagens.
- Posso ir?
- Claro que não! Você conhece alguma criança que sabe onde o coelho mora?
- Não...
- Pois é.

Retornei umas duas horas depois, tarefa cumprida. Deixei as sacolas na porta de serviço.
- Mãe, você viu o coelho?
- Não, falei com a secretária. Nessa época do ano ele fica muito atarefado. Mas mandou perguntar se você já fez o dever de casa.
- Fiz não.
- Ih, ele vai ficar chateado...
- Vai não, mãe. Ele tá muito atarefado...

domingo, 5 de abril de 2009

Coelho na web


Estava em um site procurando ovos de páscoa para que minha filha escolhesse seus preferidos. Depois de muitas opções, e seus eleitos apontados de acordo com o brinde, óbvio, ela observou:

- Mas mãe, esse ovos são para comprar!

- Eu sei, estamos escolhendo para pedir ao coelho.

- Ah, tá. Manda por e-mail pra ele.

sábado, 4 de abril de 2009

Eita, que tô besta!


Oba, oba, oba, consegui mexer no html e alterar a configuração do cbox e da Mika! Bem que a Pat falou que faz sentido. Mas eu havia salvo um modelo do blog, só de garantia...

O bug do blog


O meu blog não sabe contar.

Quando acesso o "painel" este indica que já fz 393 postagens; mas na página inicial a soma de 2008 com 2009 totaliza a marca de 390.

E aí? Quem tem razão?

A escolha de Sofia


Ontem me deparei com duas situações distintas em que tive que priorizar uma das filhas. Lembrei-me desse filme, obviamente minha experiência enquadrada em uma escala infinitamente menor. Vi ainda criança, não me lembro de detalhes, apenas do pavor que me causou a mãe ter de escolher qual de seus filhos deveria sobreviver durante o holocausto.

Nova angústia me corroeu no episódio da tsunami, pouco depois do natal, há alguns anos. Uma mãe teve que escolher qual dos filhos pequenos soltaria na correnteza, impossibilitada que estava de aguentar os dois; optou por largar o mais velho, achando que este conseguiria se manter a tona, e felizmente todos se salvaram. Não se pode prever com quais sequelas psicológicas... Eu, na época com apenas uma filha, sofri por ela. Pensei que provavelmente não deixaria nenhum dos dois, morreríamos os três, juntos. Mas não se pode julgar e muito menos saber ao certo qual seria a reação de fato em uma situação de tamanha gravidade.

Bem, esse papo todo é muito pesado, vamos aos meus relatos, bem mais levezinhos.

Por volta das nove da noite faltou luz na minha rua e perdemos o sinal da NET. Fui para o computador, filha mais velha assistia a um DVD, a terrível atormentava a avó, presa à cama em seu quarto. De repente a energia é cortada em casa, breu total. Imediatamente as crianças começaram a gritar, cada uma de um canto. Por uma fração de segundo me bateu a dúvida de para onde correr primeiro, mas acabei socorrendo primeiro a menor, provavelmente mais apavorada. Com esta no colo fui buscar a maior, e no fim todas se acalmaram.

Já bem mais tarde, ordem e luz restabelecidas, NET ok, papai em casa apagado no chão da sala. Eu e as duas crianças na cama, uma mamando em meu colo, a outra já adormecida. De repente, cabum!!!!! A maior rola para o chão, com cobertor e tudo, e lá fica, dormindo, nem sinal de ter se incomodado com a queda. E aí, deixar a menina no piso frio, com tosse, ou largar a irmã aos berros pela separação abrupta do peito que a aconchegava? Bem, dessa vez a mais velha venceu. Não sei se foi pra compensar o episódio anterior, mas achei melhor assim.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

A escada


Felizmente sou bem resolvida. Minha filha de 1 ano me troca por qualquer pessoa em quem ela vislumbre a possibilidade de ir para a rua. Outro dia chegou ao cúmulo de dar a mão e alcançar o elevador com o corretor de seguros, que veio trazer minha apólice. O escândalo ao ser trazida de volta à casa foi ouvido em todo o prédio.

Mas o pior aconteceu no dia de sua festa. Estávamos todos envolvidos em nos arrumar; a irmã pronta, eu ajudando minha mãe, o pai entrando no banho.

Já estava começando a me vestir quando dei falta da pequena. Percorri os cômodos rapidamente, nada. Ao chegar à sala, terror total: a porta da rua estava aberta! Corri para a escada, apavorada, pois a porta que dá acesso à área de serviço, sempre trancada, também fora esquecida escancarada. Nem sinal dela em cima ou embaixo, voltei com o vestido ainda pelo meio, sutiã de fora.

- A. você esqueceu a porta aberta!!!! A K. sumiu!

Ele, calmamente, pega a toalha da Barbie da filha e se enrola. Vai direto para a escada e encontra a fujona, sã e salva, quase chegando ao andar de cima. No meu desespero de que ela pudesse ter rolado escada abaixo, só reparei no primeiro terço da que sobe, quando ela já estava quase no terceiro.

Ai, sensação de alívio... Descontei o susto com uns bons cascudos no papai cabeça oca... Portas, com essa menina, só bem trancadas!!!

Excessos


Minha filha de 5 anos passou por sua primeira semana de avaliação na escola. Não fiquei encucada, mesmo porque acho que ela ainda é muito novinha. Mas no último dia perguntei via agenda à professora como a menina havia se saído. A resposta foi lacônica e um tanto seca, acostumada que fui com "tias" mais meiguinhas: "M. foi bem. Precisa de mais tempo para realizar suas tarefas."

De fato a pequena se distrai com a maior facilidade, trabalhinhos que poderia concluir em 5 minutos muitas vezes leva mais de hora. Durante esse tempo os lápis, borrachas, o enfeite da mesa ou qualquer poeira de estrela vira personagem de suas histórias.

Sendo assim, esperava notas em torno de 7 ou 8, o que considero muito bom. Mas qual não foi minha surpresa quando recebi as avaliações hoje, num envelope de papel pardo lacrado, com as seguintes notas: língua portuguesa 9,2, matemática 9,4 e ciências, história e geografia 10! Nossa, morri de orgulho da minha pequena! Liguei imediatamente para o pai para contar, e de presente autorizei seu primeiro passeio escolar, semana que vem, ao museu do índio. Estou com medo, mas ela quer conhecer um ônibus por dentro...

Essa tia não é exigente demais??? Chaaaaaaata!!!!

A cor do discordar


A base do diálogo é ouvir e ser ouvido. Nada mais frustrante que tentar trocar ideias com alguém que não está pronto para isso.

Minha natureza é quieta, numa descrição resumida. Gosto de observar, pensar sobre o que escuto e racionalizar antes de emitir conclusões. Tudo bem, acontece amiúde do assunto já ter mudado um par de vezes até que eu processe tudo dessa forma... Mas há a vantagem de que controlo a impulsividade e seguro palavras e impressões precipitadas, que poderiam ser desastrosas.

E mais que tudo: debates perdidos, passo longe, deixo a criatura monologar só. Se percebo que inexiste o desejo de compartilhar, crescer, ouvir, não conte comigo. Mas não entendam com isso que só gosto de conversar com o espelho, não; adoro pensamentos diferentes, versões novas, centelhas de inteligência. Pessoas que se permitem expor razão e emoção e que também se deleitam em debater o desacordo. Não que com isso alguém vá mudar obrigatoriamente o modo de pensar. Apenas deixá-lo muito mais colorido...

Mais um mico musical


Parece que isso não tem fim, de vez em quando lembro de mais algum:

- Foi numa festa cheia de cuba libre... (O gelo passou longe!)

Lentamente a vida se infiltra


Passei por uma fase de cansaço mental, mas estou me recuperando. Acho que depois de uma "tempestade" em que muito foi exigido de mim fisicamente, meus neurônios resolveram tirar férias. Nada de dramático nisso, apenas as coisas estão voltando ao curso habitual, lentamente.

E há uma constatação óbvia nisso: quando deixamos de usar o cérebro por algum tempo, por menor que seja, parece que as ideias desaparecem. E foi o que aconteceu comigo, presa em casa, providências práticas a se tomar, nenhum tempo para exercitar a criatividade.

Depois da semana santa voltarei ao trabalho. E sinto falta disso... Aquela rotina de acordar cedo, encontrar os colegas de sempre, jogar conversa fora durante o café e a cada dia uma tarefa diferente a realizar. Probleminhas, pequenas discussões e divergências, outros pontos de vista, diálogos que enriquecem. E a certeza de voltar para casa, encontrar minha família... Enfim, a vida que eu sempre quis.

É verdade. Sempre desejei casa, vida a dois, filhos, trabalho estável. Tenho tudo isso. Algumas pessoas se sentem perdidas quando alcançam aquilo que tanto almejaram. Acho que minha natureza demasiado prática não me deixa entender esse tipo de coisa, pois estou constantemente querendo algo mais... Nem dá tempo de parar e pensar: "consegui, e daí?", já que novos anseios, somados aos antigos, sustentam a chama da novidade, do inesperado, acesa.

E aí? Sou objetiva demais?

Me engana que eu gosto


Menina com tosse. Resolvo trocar o xarope usual, fitoterápico, por um daqueles alopáticos barra pesada.
- Mãe, não vou tomar de jeito nenhum, só se você me enganar.
- Mas eu não gosto de te enganar. O que você quer que eu faça?
- Bota o remédio novo na caixa do antigo!